Estudante de Gaza acusado de comentários antissemitas deixa a França e vai para o Catar

A estudante de Gaza que chegou à França com uma bolsa de estudos antes de antigas postagens antissemitas em suas redes sociais serem reveladas deixou a França no domingo, 3 de agosto, para o Catar, anunciou o Ministério das Relações Exteriores.
"O Ministro da Europa e das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, enfatizou a natureza inaceitável dos comentários feitos pela Sra. Nour Attaalah, uma estudante de Gaza, antes de sua entrada em território francês. Dada a gravidade dos comentários, a Sra. Attaalah não pôde permanecer em território francês. Ela deixou a França hoje [domingo] para ir ao Catar e continuar seus estudos lá", escreveu o Quai d'Orsay em um comunicado à imprensa.
O ministério "agradece às autoridades do Catar por sua cooperação decisiva". "Nour Attaalah deixou o território nacional. Ela não tinha lugar lá. Eu disse, nós fizemos", disse Jean-Noël Barrot em uma mensagem na rede social X.
A jovem, que recebeu um visto de estudante e uma bolsa de estudos do governo como parte de um programa para estudantes de Gaza, deveria ingressar na Sciences Po Lille no outono. Ela chegou à França em 11 de julho, de acordo com uma fonte diplomática francesa.
Mas a descoberta de postagens em mídias sociais pedindo o assassinato de judeus nos últimos dois anos, que já foram apagadas, levou ao seu cancelamento de registro, a uma investigação judicial por conivência com o terrorismo e a uma investigação para descobrir por que isso não foi detectado desde o início.
Uma saída que reacende o debate sobre os controlosA Agence France-Presse (AFP) não conseguiu confirmar as capturas de tela atribuídas à estudante por internautas e veículos de comunicação. O Sciences Po Lille afirmou na quarta-feira que "os comentários da jovem nas redes sociais estão confirmados", sem fornecer mais detalhes.
A acalorada controvérsia em torno deste caso levou Jean-Noël Barrot a anunciar na sexta-feira que a França estava congelando todos os seus programas de evacuação de Gaza, aguardando o resultado de uma investigação sobre as falhas que impediram a detecção dessas publicações. Contatado pela AFP, o Quai d'Orsay não especificou quantas pessoas foram afetadas por esta decisão, alegando razões de confidencialidade.
Além disso, "todos os perfis que entraram na França serão submetidos a uma nova verificação", acrescentou, enquanto a França acolheu centenas de habitantes de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas, em retaliação aos ataques deste último contra Israel em 7 de outubro de 2023.
O mundo com a AFP
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