O editorial. Emprego de verão

François Bayrou não está de férias. Catherine Vautrin , sua Ministra do Trabalho, Saúde e Solidariedade, evidentemente, também não. Em pleno verão europeu, ambos estão divulgando detalhes dos esforços que serão exigidos dos franceses em 2026, após a importante reunião pública sobre a dívida em 15 de julho.

A cada dia que passa, aprendemos mais sobre as reformas e medidas que visam reduzir o déficit público. A meta é alcançar o equilíbrio até 2029, com o primeiro grande passo a ser dado no próximo orçamento.

Em pleno verão, os parceiros sociais são convidados a incluir nas discussões o reforço das condições do subsídio de desemprego, a eliminação de dois feriados e a compensação por licenças médicas. Em 15 de julho, François Bayrou já havia desenvolvido extensivamente a receita anti-dívida do governo: congelamento de benefícios sociais e pensões em 2026, eliminação da redução de 10% no imposto de renda para aposentados (substituída por uma dedução fixa de € 2.000), etc. Essas medidas afetam principalmente as classes média e trabalhadora.

Há alguns dias, François Bayrou adicionou mais um recurso à sua agenda de consultas: um canal no YouTube onde realiza palestras. Ele poderia dedicar um dos episódios de quatro minutos à "contribuição solidária", sobre a qual pouco se sabe, exceto que se trata de um esforço solicitado aos "mais afortunados". Ele também poderá discutir como o governo pretende lidar com a "otimização abusiva de ativos improdutivos", outro tópico discutido no mês passado.

"FB Direct", a série de verão do Primeiro-Ministro, poderia, portanto, registrar um aumento na audiência e uma queda nos comentários sarcásticos que acompanhavam os primeiros episódios. Seria também uma forma de ilustrar a promessa feita em 15 de julho de "pedir pouco a quem tem pouco e mais a quem tem mais".