O efeito "belo" de Trump? Thom Tillis sai do Congresso; o que isso revela sobre o destino dos moderados do Partido Republicano

O senador Thom Tillis, da Carolina do Norte, anunciou no domingo que não buscará a reeleição em 2026, um dia após votar contra o "Big Beautiful Bill" (Projeto de Lei Grande e Bonito), apoiado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O senador de 64 anos é o mais recente de uma série de senadores moderados a se afastar nos últimos anos. "Em Washington, nos últimos anos, tornou-se cada vez mais evidente que os líderes que estão dispostos a abraçar o bipartidarismo, chegar a um acordo e demonstrar pensamento independente estão se tornando uma espécie em extinção", disse Tillis em uma declaração publicada no X. Trump, por sua vez, comentou sobre a saída de Tillis como uma "ótima notícia" e disse: "Para todos os republicanos que estão cortando custos, dos quais eu sou um, LEMBREM-SE, vocês ainda precisam ser reeleitos. Não exagerem! Compensaremos tudo isso, multiplicado por 10, com CRESCIMENTO, mais do que nunca." Para os moderados do Partido Republicano, a aposentadoria de Tillis ressalta uma dura realidade: romper com Trump pode significar isolamento político ou uma saída antecipada. Os partidários de Trump não perderam tempo em enquadrar a decisão de Tillis como uma vitória. "Não contrariem Trump", declarou Jason Miller, um dos principais conselheiros de Trump, sinalizando que desafiar o presidente tem um preço alto. "Ele recebeu 77,3 milhões de votos, 312 votos eleitorais, e venceu com ampla maioria no voto popular. Os eleitores lhe deram o mandato para implementar uma agenda específica e querem que todos apoiem seus esforços!", disse Miler. Tillis, que frequentemente tentava equilibrar a lealdade a Trump com suas próprias convicções políticas, viu-se repetidamente pressionado. Do ceticismo em relação à escolha de Trump para secretário de Defesa aos seus votos em política interna, Tillis tornou-se cada vez mais alvo da ira de Trump e de potenciais concorrentes nas primárias. Seus últimos meses no cargo, como ele mesmo insinuou, podem ser os mais livres, já que não enfrenta mais as restrições da política de reeleição. "Estou ansioso para ter a liberdade de decidir as bolas e strikes como eu achar melhor e representar o grande povo da Carolina do Norte da melhor maneira possível", disse ele no comunicado. Será que a saída de Tillis sinaliza, em última análise, que o centro do Partido Republicano está se esvaziando? À medida que os moderados recuam ou são forçados a sair, o controle de Trump sobre o partido se intensifica, deixando pouco espaço para dissidências ou para o tipo de acordo bipartidário que outrora definiu veteranos do Senado como Tillis. As eleições de 2026 provavelmente mostrarão até que ponto essa transformação foi.