Trump estenderá prazo para proibição do TikTok nos EUA, diz Casa Branca

O TikTok continuará existindo por pelo menos mais três meses nos Estados Unidos, já que o presidente Donald Trump está prestes a estender o prazo de venda ou proibição pela terceira vez desde que assumiu o cargo neste ano.

"O presidente Trump assinará uma Ordem Executiva adicional esta semana para manter o TikTok funcionando", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, na terça-feira.

O popular aplicativo de compartilhamento de vídeos deveria ter sido banido nos EUA depois que sua proprietária chinesa, a ByteDance, se recusou a vendê-lo a um comprador americano dentro do prazo de janeiro.

O TikTok e o ByteDance não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da BBC.

Leavitt disse que a extensão de 90 dias "garantiria que este acordo fosse fechado para que o povo americano pudesse continuar a usar o TikTok com a garantia de que seus dados estão seguros e protegidos".

Antes do anúncio de Leavitt, Trump disse à BBC que "provavelmente" estenderia o TikTok.

"Provavelmente teremos que obter a aprovação da China", disse Trump. "Acho que conseguiremos. Acho que o presidente Xi acabará aprovando."

Quando perguntado se ele tem base legal para estender o prazo, ele respondeu: "Temos".

A extensão de Trump contraria a vontade do Congresso, que aprovou a medida de venda ou proibição no ano passado. Seu antecessor, o ex-presidente Joe Biden, sancionou imediatamente o projeto de lei.

A lei teve como objetivo abordar preocupações de que o TikTok, que tem 170 milhões de usuários americanos, poderia ser usado pela China como uma ferramenta de espionagem e manipulação política.

A Suprema Corte concordou com um tribunal inferior e manteve a lei em janeiro, pouco antes de Trump assumir o cargo.

A plataforma ficou às escuras por algumas horas durante o fim de semana antes da posse de Trump.

O TikTok elogiou Trump por salvar a plataforma depois que ela ficou disponível novamente.

Trump tentou forçar a venda do TikTok a um comprador americano em 2020, durante seu primeiro mandato.

Mas no ano passado, Trump disse que gostava da plataforma porque acreditava que ela o ajudou a vencer a eleição presidencial de 2024.

"Tenho um lugar especial no coração pelo TikTok, porque conquistei os jovens por 34 pontos", disse Trump em dezembro, embora a maioria dos eleitores jovens apoiasse a candidata democrata Kamala Harris.

As extensões unilaterais de prazo de Trump levaram alguns analistas a descartar a noção de que uma proibição poderia ocorrer durante seu mandato.

"Que proibição? Não há mais nada 'iminente' sobre a potencial proibição do TikTok", disse Kelsey Chickering, analista principal da Forrester.

"O comportamento do TikTok também indica que eles estão confiantes em seu futuro, já que lançaram novas ferramentas de vídeo de IA em Cannes esta semana."

"Empresas menores, como a Snap, tentarão roubar participação durante esse "período de incerteza", mas não terão sucesso porque a próxima rodada do TikTok não é nada incerta", acrescentou a Sra. Chickering.

O governo Trump afirmou em abril que os EUA e a China estavam próximos de um acordo que colocaria o controle majoritário das operações do TikTok nos EUA sob propriedade americana. Esse acordo ainda não se concretizou.

"Há questões importantes a serem resolvidas", disse um porta-voz da ByteDance na época. "Qualquer acordo estará sujeito à aprovação da lei chinesa."

Trump disse que estaria aberto a vê-lo vendido para a gigante da computação em nuvem Oracle, cujo cofundador Larry Ellison é um aliado de longa data de Trump.

O bilionário Frank McCourt, o empresário canadense Kevin O'Leary e o cofundador do Reddit Alexis Ohanian fazem parte de outra equipe que disputa a plataforma.

E o maior YouTuber do mundo, Jimmy Donaldson - também conhecido como MrBeast - disse que também está interessado em comprar o TikTok como parte de um grupo de investidores diferente.