A extensão do voto para jovens de 16 anos beneficiará o Partido Trabalhista na próxima eleição geral?

Quebrar barreiras à participação democrática ou fazer campanha eleitoral que incline a balança a favor do governo?

O Partido Trabalhista anunciou planos de estender o voto para jovens de 16 e 17 anos a tempo para a próxima eleição geral.

Os Verdes, os Liberais Democratas e o SNP são a favor, mas os Conservadores e o Reform UK não.

Se você observar as últimas pesquisas, e também as pesquisas históricas, talvez consiga entender o porquê.

Uma votação com mais de 22.000 menores de 18 anos, realizada antes das eleições gerais de 2024, colocou os Verdes em segundo lugar e os Conservadores em quinto.

Na eleição real, os conservadores ficaram em segundo lugar, registrando uma parcela de votos 15 pontos maior entre a população em geral do que receberam entre aqueles que não tinham idade suficiente para votar.

Os Verdes, por outro lado, terminaram em quinto lugar, com uma votação mais de 20 pontos abaixo da registrada na pesquisa dos jovens.

Um ano é muito tempo na política, e o Partido Trabalhista perdeu popularidade desde aquela votação, enquanto o Partido Reformista subiu para a liderança nas pesquisas recentes. Mas não entre a faixa etária mais jovem de eleitores atualmente elegíveis.

O Partido Trabalhista ainda lidera com jovens de 18 a 24 anos, enquanto o Partido Reformista está em quinto, de acordo com a última pesquisa YouGov realizada para a Sky News.

O analista eleitoral da Sky News, Professor Will Jennings, diz que não há razão para esperar que o comportamento de votação entre jovens de 16 e 17 anos seja significativamente diferente daqueles mais próximos deles em idade.

Quão significativos serão os seus votos nas eleições gerais?

Essa é uma questão completamente diferente.

Se uma eleição fosse realizada na época do último censo, adicionar jovens de 16 e 17 anos ao eleitorado teria acrescentado apenas 2,9% dos votos potenciais. Havia menos jovens de 16 e 17 anos no Reino Unido do que pessoas com 60 ou 61 anos, ou pessoas com 86 anos ou mais.

Isso ainda pode ser suficiente para causar impacto em alguns distritos eleitorais, mas não é o suficiente para provocar grandes mudanças em nível nacional.

O fato de se tratar apenas de votos "potenciais" também é significativo. Os jovens já votam em taxas menores do que os mais velhos.

Em 2024, pessoas com 65 anos ou mais tinham duas vezes mais probabilidade de votar do que alguém com idade entre 18 e 24 anos.

E não parece que os jovens de 16 e 17 anos vão contrariar essa tendência.

Uma pesquisa com 500 jovens de 16 e 17 anos, realizada pela Merlin Strategy esta semana em nome da ITV News, descobriu que apenas 18% disseram que definitivamente votariam se houvesse uma eleição amanhã, enquanto 49% disseram que não acham que eles ou seus colegas deveriam ter a chance de votar.

O que aconteceu em outros países?

Não precisamos procurar muito por evidências sobre isso.

Na verdade, podemos permanecer no Reino Unido: a Escócia concedeu o direito de voto aos jovens de 16 anos no referendo de independência de 2014 e estendeu esse direito para as eleições parlamentares escocesas de 2016 e 2021.

A análise sugere que o programa teve sucesso em aumentar o engajamento eleitoral tanto no imediato quanto no longo prazo.

No referendo de 2014, eleitores de 16 e 17 anos compareceram em maior número do que outros eleitores jovens, embora ainda em taxas mais baixas do que a população em geral.

E os eleitores que se tornaram elegíveis para votar aos 16 anos também continuaram a votar em números maiores do que seus pares um pouco mais velhos nas eleições subsequentes - de acordo com uma pesquisa conjunta das Universidades de Sheffield e Edimburgo e do centro de estudos sobre participação política d-part.

O governo galês também estendeu o voto a jovens de 16 anos para as eleições de Senedd de 2021, enquanto as dependências da coroa de Jersey, Guernsey e Ilha de Man permitem que jovens de 16 anos votem em suas eleições para a assembleia desde antes de 2010.

Globalmente, porém, existem apenas sete nações soberanas que atualmente permitem que jovens de 16 anos votem nas eleições nacionais. Duas estão na Europa (Áustria e Malta), enquanto as demais (Brasil, Argentina, Equador, Cuba e Nicarágua) estão todas na América Latina.

Os Emirados Árabes Unidos têm a idade mínima para votar no mundo, 25 anos, quatro anos a mais que o próximo grupo de países.

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