Texas, a grande vítima da desregulamentação

A mais recente tragédia relacionada a enchentes – treze vítimas e dezenas de desaparecidos em pelo menos três condados a oeste de Austin – confirma que o Texas é um gigante com pés de barro: apesar de ter tido o segundo maior Produto Interno Bruto dos Estados Unidos em 2024, depois da Califórnia, continua carente em termos de infraestrutura. Se fosse um país independente, o Texas estaria entre as dez maiores economias do mundo, mas falha sistematicamente em termos de prevenção, e isso porque, explicam analistas, o país segue uma filosofia antirregulatória. Faltam sistemas modernos de drenagem, diques, mapeamento de riscos, enquanto os governos locais são pressionados por incorporadoras imobiliárias privadas. Muitos projetos são aprovados mesmo estando localizados em áreas com risco de inundação.
Inundações no Texas, 04_07_25 (Lara Logan @laralogan)
O crescimento econômico é considerado o objetivo principal, mas isso acaba levando a consequências trágicas, também ligadas a condições climáticas extremas, marcadas por chuvas torrenciais e repentinas, além de furacões. Foi o furacão Harvey, em 2017, que causou uma das inundações mais graves da história, em Houston, com mais de cem mortes e mais de cento e vinte bilhões de dólares em prejuízos. O Rio Guadalupe, que transbordou após uma noite de chuvas recordes, já havia sido protagonista de uma inundação em 2002, que causou oito vítimas.
Chuvas torrenciais também causaram inundações em 2021, no centro do Texas, e na primavera do ano passado. As inundações dessas horas estão entre as mais graves dos últimos cinquenta anos. E o número de mortos, explicaram as autoridades locais, deve piorar nas próximas horas.
Rio Guadalupe, KERRVILLE, TEXAS - 4 _07_25 (afp)
Rai News 24