Sob pressão, o mercado enfrenta ameaças de tarifas de 100% sobre chips.
(Il Sole 24 Ore Radiocor) - A Stmicroelectronics está sob pressão na Bolsa de Valores de Milão, enquanto o mercado tenta entender o impacto sobre a empresa das ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 100% sobre as importações de semicondutores.
As ações da StMicroelectronics estão sendo negociadas em território negativo na Bolsa de Valores de Milão, contrariando a tendência do setor de tecnologia europeu, que subiu 1%, com compras significativas em ações como Asml e Asml International.
Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre chips de computador, uma medida que aliviou os mercados da ameaça do aumento dos preços de eletrônicos, automóveis, eletrodomésticos e outros bens essenciais que dependem de processadores. Empresas que produzem chips de computador nos Estados Unidos ou se comprometeram a fazê-lo serão poupadas de impostos de importação. "Vamos aplicar uma tarifa de cerca de 100% sobre chips e semicondutores", disse Trump no Salão Oval durante uma reunião com o CEO da Apple, Tim Cook, que anunciou US$ 100 bilhões em investimentos adicionais nos Estados Unidos para a indústria.
"Aguardamos mais detalhes, tanto do governo dos EUA quanto das empresas envolvidas, mas nossa reação inicial à tarifa de 100% imposta pelos Estados Unidos sobre as importações de semicondutores é que, de uma perspectiva europeia, a STMicroelectronics e a Infineon são as mais afetadas", disseram analistas do Citi em nota. A Infineon Technologies , observam, gera 13% das vendas nas Américas, enquanto a ST gera 16%. Essas vendas, explicam, são vendas diretas dentro do país, não para empresas americanas em todo o mundo, portanto, "não inclui, por exemplo, a venda de chips da ST para a Apple por meio da cadeia de suprimentos asiática, nem de dispositivos SiC da ST para a Tesla na China". Vale ressaltar que a ST não tem mais presença fabril nos Estados Unidos, "mas uma parte de suas vendas nos EUA são de microcontroladores produzidos pela TSMC, que — dado o plano de investimento desta última nos Estados Unidos — não devem estar sujeitas a tarifas".
A Infineon, por sua vez, vendeu recentemente sua fábrica em Austin para a SkyWater, mas mantém um contrato de fornecimento de longo prazo para vendas a clientes nos EUA. " Aguardamos mais detalhes sobre como a Infineon e a ST podem adaptar suas cadeias de suprimentos para mitigar o impacto das novas tarifas", afirmam analistas.
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