Proibição de junk food aprovada em escolas de todo o país

No México, nove em cada dez cidadãos — dos quais 59% são pais ou responsáveis por crianças e adolescentes do ensino fundamental, médio e superior, e 41% não têm filhos ou não são os principais responsáveis pelos alunos nesses níveis educacionais — concordam com a regulamentação de alimentos e bebidas permitidos e não permitidos nas escolas.
De acordo com a “Pesquisa Nacional de Alimentação Escolar 2025”, realizada pela empresa Dinamia para a organização internacional Aliança pela Saúde Alimentar e divulgada pela associação civil El Poder del Consumidor, oito em cada dez (84%) dos 900 entrevistados aprovam a proibição da venda de junk food e bebidas açucaradas dentro da escola e sete em cada dez (74%) a proibição fora dos centros educacionais.
A pesquisa, realizada ao longo de quatro meses do último ano letivo, revelou que 73%, 44% e 27% dos entrevistados, respectivamente, relataram vender frutas e vegetais (maçãs, cenouras, laranjas, melancia, pepinos), grãos integrais (aveia, amaranto, pipoca) e sementes (amêndoas, favas, ervilhas secas) nas escolas.
Apenas dois em cada dez (28%) responderam que as escolas vendem produtos ultraprocessados ou junk food a granel ou embalados com rótulos e etiquetas pretas (batatas fritas, doces, biscoitos, sorvetes); 29%, 28%, 23% e 10%, respectivamente, responderam que vendem alimentos preparados fritos e/ou com alto teor de sal e/ou açúcar (pizzas, cachorros-quentes, hambúrgueres, tacos dourados, sobremesas ou outros), iogurtes adoçados, refrigerantes e bebidas energéticas.
56% dos entrevistados afirmaram que não há bebedouros ou dispensadores de água funcionando nas escolas.
Durante a coletiva de imprensa onde a pesquisa foi apresentada, Liliana Bahena, coordenadora da campanha de alimentação escolar "Minha Escola Saudável", organizada pelo El Poder del Consumidor, afirmou que, com a implementação das Diretrizes de Alimentos Permitidos e Inadmissíveis nas escolas do país, houve uma mudança no fornecimento de alimentos quatro meses após a implementação das normas sobre o assunto.
Em apenas quatro meses de implementação das Diretrizes, houve um progresso substancial, diferente de tudo o que se viu em 15 anos. Alimentos saudáveis, especialmente frutas e vegetais, estão se tornando mais amplamente disponíveis, enquanto produtos ultraprocessados estão se tornando menos disponíveis", afirmou.
Isabel Ferré, responsável pela nutrição da UNICEF México, comentou que as reformas que levaram à criação da estratégia nacional "Viva Saudável, Viva Feliz" e todas as mudanças regulatórias estão servindo de exemplo para o resto do mundo e da região, e são um grande passo à frente para o México.
"O UNICEF reitera seu compromisso de apoiar o governo mexicano na implementação, monitoramento e avaliação desta política para garantir seu impacto e sustentabilidade."
Vivián Pérez Jiménez, assessora de Doenças Não Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), parabenizou e reconheceu "os esforços feitos pelo governo mexicano na implementação dessas políticas regulatórias focadas na melhoria dos ambientes alimentares escolares.
"As recentes regulamentações que proíbem a venda de produtos ultraprocessados com rótulos de advertência e promovem cardápios nutritivos nas escolas constituem um passo firme para proteger a saúde de crianças e adolescentes."
Eleconomista