Jarocin perderá sua maternidade. 16 pessoas perderão seus empregos e mulheres grávidas ficarão abandonadas.

A partir de 1º de novembro, o hospital distrital de Jarocin fechará suas enfermarias de obstetrícia e ginecologia e a unidade neonatal. Dezesseis parteiras e enfermeiras perderão seus empregos, e as gestantes terão que viajar dezenas de quilômetros até a maternidade mais próxima. Starost Mariusz Stolecki atribui a decisão a perdas multimilionárias, enquanto o prefeito da cidade alerta: "Este é o início do fechamento do hospital."
As autoridades do Condado de Jarocin decidiram fechar as enfermarias de obstetrícia, ginecologia e neonatologia do hospital local. A medida entrará em vigor em 1º de novembro. Dezesseis parteiras e enfermeiras perderão seus empregos e, na quinta-feira, apelaram às autoridades municipais e distritais por ajuda. Acreditam que essa decisão expõe as gestantes a sérios riscos. As mulheres serão forçadas a viajar para Kalisz, Pleszew ou Ostrów Wielkopolski para dar à luz, a várias dezenas de quilômetros de distância. Em situações de emergência, isso pode representar uma ameaça à saúde e à vida delas, alertam.
Starost Mariusz Stolecki não deixa dúvidas. A decisão era inevitável. O departamento gerava prejuízos de cerca de 5 milhões de zlotys por ano, afirma ele. Só no primeiro semestre de 2025, o departamento já havia gerado um prejuízo de 2,5 milhões de zlotys. A CEO do hospital, Beata Walczak-Silińska, enfatiza que, apesar das tentativas de redução de custos, a tendência não se inverteu.
Tudo foi tentado: reduzir o número de leitos, reduzir a jornada de trabalho e reduzir o quadro de funcionários. No entanto, nada disso produziu os resultados desejados, enfatiza.
Para efeito de comparação: todo o hospital encerrou o ano passado com uma dívida de PLN 4 milhões, o que é menos do que a maternidade teve sozinha em um ano.
O prefeito admite que apelou aos funcionários para que reduzissem os custos. As parteiras deveriam trabalhar com uma equipe menor, especialmente nos fins de semana.
"Eu disse que era melhor ganhar menos, mas ter estabilidade. Enquanto isso, todos apareceram para trabalhar, ignorando as recomendações", diz Stolecki.
Ele acrescentou que a inspeção revelou irregularidades na contabilização das horas de trabalho. "Uma das parteiras relatou estar de plantão no dia 31 de fevereiro. Não estou dizendo que todas fizeram isso, mas tais práticas minam a confiança", disse ele.
A situação financeira do hospital também está sendo agravada por processos judiciais em andamento relativos a erros médicos. "Em um caso, se o veredito for finalizado, teremos que pagar vários milhões de zlotys de indenização à família do paciente ferido", relata o chefe do distrito. Além disso, os custos operacionais do hospital aumentaram significativamente após a introdução de aumentos salariais obrigatórios para a equipe médica. "Uma parteira ganha atualmente entre 10.000 e 14.000 zlotys brutos", relata o chefe do distrito.
Os bancos não querem mais cooperar com a instituição. O próprio condado garante os empréstimos. "Mas até os bancos estão sugerindo que precisamos considerar seriamente nossos próximos passos. Temos outras entidades para apoiar", acrescenta Stolecki.
O prefeito de Jarocin não esconde suas preocupações.
– O que está acontecendo agora é o início da liquidação de todo o hospital – comentou em entrevista à PAP.
A situação em Jarocin não é exceção. De acordo com dados da filial da Grande Polônia do Fundo Nacional de Saúde, as maternidades já foram suspensas em Złotów, Nowy Tomyśl, Rawicz e, desde 6 de julho, também em Turek. Nos últimos anos, as maternidades desapareceram da região, incluindo em Czarnków (2020) e Wągrowiec (2023). Mais de 30 hospitais permanecem em funcionamento em toda a Grande Polônia.
De acordo com o Dziennik Gazeta Prawna, seis maternidades foram fechadas na Polônia em 2024. Segundo autoridades do governo local, a situação só pode piorar se as regulamentações relativas ao financiamento dos salários da equipe médica não forem alteradas.
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