Cooperativas de energia – potencial, desafios e regras de liquidação

Uma cooperativa de energia é uma organização que reúne consumidores e produtores de energia que utilizam em conjunto instalações de energia renovável, como energia fotovoltaica, turbinas eólicas ou usinas de biogás. A energia produzida pode ser usada pelos membros para suas próprias necessidades, com o excedente indo para armazenamento em rede. Este modelo ajuda a reduzir perdas de transmissão, otimizar custos e aumentar a segurança energética local. Entretanto, uma condição essencial para o funcionamento eficaz das cooperativas são mecanismos de liquidação adequados.
Elementos-chave do sistema de faturamento
1. Acordos dos Membros com o Vendedor de Energia
Cada membro da cooperativa (ou seja, beneficiário, produtor ou prossumidor) deve ter um acordo abrangente com um vendedor de energia antes de se juntar à cooperativa. É importante que todos os membros da cooperativa tenham contratos com o mesmo fornecedor de energia. Após a adesão à cooperativa, esses acordos são alterados para permitir o equilíbrio energético comum em nível de toda a comunidade.
2. Acordo-quadro entre a cooperativa e o vendedor de energia
Regulamenta a cooperação entre a cooperativa e o vendedor obrigado. Ele especifica, entre outras coisas: o formato dos dados de medição, o método de sua transmissão e as obrigações de informação das partes. Não substitui contratos individuais, mas os complementa.
3. Acordos de Distribuição
Todo produtor de energia deve ter um acordo de distribuição apropriado com o operador da rede. Esses podem ser acordos de distribuição padrão ou acordos de equilíbrio comercial, dependendo da escala das operações.
4. Acordo de Equilíbrio Comercial
Produtores com capacidade instalada de 400 kW ou mais devem celebrar um acordo que especifique as regras para o equilíbrio comercial da energia injetada na rede.
Medição líquida – o mecanismo básico de faturamentoAs cooperativas de energia liquidam suas contas com base na medição líquida:
- Balanceamento horário – dados de medição de cada hora permitem determinar com precisão a quantidade de energia consumida e injetada na rede.
- Taxa de desconto 1:0,6 – para cada 1 kWh de energia excedente injetada na rede, a cooperativa pode coletar 0,6 kWh sem taxas adicionais.

- O operador do sistema de distribuição (OSD) instala medidores de leitura remota em cada membro da cooperativa e transmite os dados de medição ao vendedor.
- O vendedor de energia faz liquidações com base nos dados do DSO, levando em consideração balanceamentos e descontos, e transmite os dados de medição obtidos do operador.
- A cooperativa de energia recebe dados do vendedor e realiza liquidações internas entre os associados, emitindo notas fiscais de energia consumida do saldo da comunidade.
A cooperativa deve indicar a quantidade de energia e seu valor atribuído a cada associado – tanto quem a produz quanto quem a consome. Uma ferramenta adicional é o chamado armazenamento em rede , ao qual todos os membros têm acesso. Ele opera com base em um desconto de 1:0,6 – ou seja, para cada 1 kWh de energia introduzido no armazém, você pode coletar 0,6 kWh. O restante é o custo de “armazenamento” da energia na rede.
Para agilizar as liquidações, as cooperativas podem usar plataformas dedicadas, por exemplo: a Plataforma de Energia , que automatiza a agregação de dados, geração de liquidações de energia e faturas dentro da cooperativa.
Benefícios para cooperadosOs cooperados podem se beneficiar de inúmeros privilégios:
- Custos de energia mais baixos graças aos sistemas de balanceamento e desconto.
- Isenção de parte das taxas de distribuição, energia renovável, capacidade e cogeração.
- Isenção de imposto especial de consumo se a capacidade total instalada de instalações de FER na cooperativa não exceder 1 MW.
Os acordos em cooperativas de energia exigem a cooperação de muitas entidades, tais como: cooperados, operadores, vendedores e instituições de supervisão. Embora as formalidades sejam complexas, um sistema de gestão bem organizado permite que a cooperativa funcione de forma eficaz e traga benefícios tangíveis aos seus membros. Em uma era de aumento nos preços da energia e transformação energética dinâmica, iniciativas locais baseadas em fontes de energia renováveis estão se tornando um elemento estratégico da política energética nacional.
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