Líbia quer aceitar 1 milhão de palestinos de Gaza

O general Khalifa Haftar, com mediação turca e apoio da Rússia, dos países do Golfo e dos Estados Unidos, planeja aceitar 1 milhão de palestinos da Faixa de Gaza que não apoiam o Hamas e dar-lhes cidadania líbia, mas espera que as grandes potências concordem em assumir todos os ativos petrolíferos da Líbia.
O objetivo final de Haftar, que ele está disposto a aceitar para os palestinos, é subordinar toda a Líbia atualmente dividida a ele e seus filhos, informou o jornal online italiano Agenzia Nova, citando vários informantes da comitiva do senhor da guerra líbio.
O Governo do Acordo Nacional, sediado em Trípoli e liderado pelo primeiro-ministro Abdul Hamid al-Dubaiba, negou repetidamente aceitar os palestinos e até mesmo manter negociações sobre sua realocação. A embaixada dos EUA em Trípoli também negou isso. Mas o jornal italiano ressalta que a variante que Haftar levaria nos exilados que Israel e o presidente Donald Trump, que tem seus próprios planos de negócios para a região costeira palestina, querem se livrar de Gaza, não foi levada a sério.
O restante dos palestinos em Gaza, cerca de 800.000, seriam reassentados na Síria, sob um acordo entre o presidente Trump e Ahmed al-Shara, o novo líder político de Damasco. Szara - segundo informantes da "Agência Nova" - já aceitou a admissão de palestinos, garantindo-lhes também a cidadania síria.
Além disso, em troca da suspensão de todas as sanções impostas à Síria, Trump obteve a promessa de Szara de que retomaria a base militar em Latakia, que eles vinham arrendando dos russos há décadas, e que se tornaria um porto comercial controlado em conjunto pelos Estados Unidos e pela Síria.
O plano de realocação de palestinos no leste da Líbia e na Síria conta — segundo uma fonte árabe contatada pela Agência Nova — com o apoio da Arábia Saudita, interessada em futuros investimentos imobiliários na abandonada Faixa de Gaza e na participação na exploração de depósitos de petróleo nas águas costeiras do Mar Mediterrâneo.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, um antigo aliado do oeste da Líbia, também está tentando expandir sua influência para a parte oriental do país, mantendo conversas intensivas com a família Haftar, especialmente com seu filho mais velho, Saddam, que visitou Ancara em abril, onde encomendou drones de combate turcos. Anteriormente, em novembro do ano passado, o adido militar turco na Líbia se encontrou em Benghazi com o general Kairi al-Tamimi, do comando geral do autoproclamado Exército Nacional Líbio, liderado por Haftar.
A Türkiye também está investindo pesadamente no leste da Líbia, onde, por exemplo, a empresa turca Tosyali planeja construir a maior usina de ferro e aço do mundo. A Türkiye também está interessada no petróleo líbio, tanto o extraído no deserto quanto o encontrado no Mar Mediterrâneo.
Ancara ainda não abandonou oficialmente Dubai em favor de Haftar, mas está pronta para oferecer hospitalidade ao primeiro-ministro de Trípoli se o senhor da guerra derrubar seu governo. A Turquia está jogando em ambos os lados, mantendo relações estreitas com todos os participantes do jogo pela Líbia e, mais amplamente, pela influência no Norte da África e no Oriente Médio.
Tadeusz Brzozowski (PAP)
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