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Cientistas da Universidade Jaguelônica desenvolveram uma nova terapia para pacientes com osteoartrite.

Cientistas da Universidade Jaguelônica desenvolveram uma nova terapia para pacientes com osteoartrite.

Um novo método de tratamento de osteoartrite (OA), ou seja, doença articular degenerativa, desenvolvido na Universidade Jaguelônica, está mostrando resultados promissores em ensaios clínicos, disse à PAP o Centro de Transferência de Tecnologia da Universidade Jaguelônica, responsável pela comercialização da terapia.

A doença articular degenerativa, também conhecida como osteoartrite (OA), é uma das doenças musculoesqueléticas mais comuns. É causada por danos aos tecidos articulares, mais frequentemente relacionados a sobrecargas anormais e anormalidades estruturais da cartilagem articular. Os principais fatores de risco para osteoartrite incluem idade avançada, sobrepeso e obesidade, anormalidades na estrutura do colágeno geneticamente determinadas, sobrecarga mecânica, como estresse ocupacional, sexo feminino e outras comorbidades. Os sintomas da doença incluem dor, rigidez articular e mobilidade limitada. Na Polônia, estima-se que o número de pessoas afetadas pela doença seja de 2 a 3 milhões, dependendo da origem.

Na foto da esquerda: Prof. Ewa Zuba-Surma, Dra. Anna Łabędź-Masłowska, Prof. Foto: Materiais de imprensa da Universidade Jaguelônica

É considerada uma doença incurável. O tratamento envolve o alívio da dor e a redução da deterioração da cartilagem articular.

Uma terapia desenvolvida na Universidade Jaguelônica, chamada MesoCellA-Ortho, utiliza células-tronco mesenquimais (MSCs). Quando implantadas em articulações doentes, elas reduzem significativamente a dor associada à osteoartrite e estimulam a regeneração do tecido danificado.

As MSCs estão presentes em muitos tecidos do corpo, principalmente no tecido adiposo e na medula óssea. Elas possuem propriedades únicas: sob a influência de diversos estímulos, transformam-se (diferenciam-se) em células de diversos tecidos, incluindo osso, cartilagem e gordura. Além disso, secretam diversas substâncias que desempenham um papel crucial na regulação de processos relacionados à regeneração tecidual, incluindo a formação de vasos sanguíneos, além de inibir e resolver processos inflamatórios.

"Muitos estudos científicos demonstram que as células-tronco, quando administradas em locais de dano tecidual, estimulam a regeneração desses tecidos. Baseamo-nos nesse fenômeno ao desenvolver a nova terapia", explicou a líder da equipe que desenvolveu a terapia, Profa. Ewa Zuba-Surma, do Departamento de Biologia Celular da Faculdade de Bioquímica, Biofísica e Biotecnologia da Universidade Jaguelônica.

O MesoCellA-Ortho pertence à categoria de terapias personalizadas inovadoras. Baseia-se nas células do próprio paciente. A criação da formulação requer a coleta do tecido adiposo do paciente, ou seja, a lipoaspiração. "As células-tronco são isoladas desse tecido e, em seguida, de acordo com o método que desenvolvemos, são cultivadas e multiplicadas para obter um número suficientemente grande", explicou a pesquisadora. O cultivo de células-tronco mesenquimais (MSCs) em laboratório leva cerca de duas semanas. Durante esse período, o paciente é preparado por meio de exercícios de fisioterapia para receber a medicação de forma ideal. O objetivo é garantir que a formulação cuidadosamente preparada seja totalmente eficaz, enfatizou a Professora Zuba-Surma.

Os resultados dos ensaios clínicos de Fase I e II são promissores. Ambas as fases foram conduzidas em colaboração com a Galen-Ortopedia sp. z o. o. em Bieruń. Quase 200 pacientes com osteoartrite participaram dos ensaios, recebendo um novo medicamento administrado nas articulações do joelho lesionadas.

"A segurança do medicamento foi claramente demonstrada, sem efeitos colaterais observados. Sua eficácia foi confirmada pela mensuração meticulosa da qualidade de vida dos pacientes em tratamento. É importante ressaltar que o conforto foi analisado por meio de escalas específicas utilizadas em ortopedia, portanto, os estudos foram baseados em dados concretos, não apenas em opiniões subjetivas dos pacientes", explicou a Professora Zuba-Surma.

Os pacientes apresentaram redução da dor relacionada à osteoartrite, o que impactou positivamente os parâmetros de qualidade de vida. Além disso, os pacientes recuperaram a mobilidade.

"Os pacientes submetidos à terapia confirmaram que se tornaram mais capazes de realizar atividades que antes eram difíceis ou impossíveis", afirma o Prof. Krzysztof Ficek, presidente da Galen-Ortopedia sp. z o. o. em Bieruń e cocriador do medicamento MesoCellA-Ortho. O especialista atuou como pesquisador principal no ensaio clínico.

Durante os ensaios clínicos de Fase II, a condição e a qualidade da cartilagem nas articulações do joelho também foram avaliadas por meio de ressonância magnética. Constatou-se que, após o tratamento com o medicamento, ocorreram mudanças benéficas na estrutura da camada óssea subcondral – o osso esponjoso.

- Atribuímos a redução da dor nos pacientes à melhora geral na qualidade e estrutura dos tecidos afetados pela osteoartrite, e isso pode significar que o novo medicamento atua diretamente na causa da doença, ou seja, na degeneração e perda de tecidos, o que é extremamente valioso no mundo médico - observou o Prof. Ficek.

Antes de ser testado em ensaios clínicos, o medicamento foi testado em experimentos com porcos com defeitos na cartilagem e nos ossos das articulações dos joelhos, alterações características da osteoartrite. Os animais receberam uma preparação preparada a partir de células-tronco mesenquimais humanas. Nesse modelo, não houve risco de rejeição das células pelo sistema imunológico dos porcos.

"Seis meses após a administração do medicamento nas articulações afetadas, não conseguimos mais identificar as áreas previamente danificadas. Constatamos que, durante esse período, as superfícies articulares danificadas estavam completamente cicatrizadas e recuperando sua funcionalidade", comentou a Dra. Anna Łabędź-Masłowska.

As MSCs administradas em articulações doentes geralmente se diferenciam em tecido de cartilagem hialina, o que, de acordo com os criadores da terapia, é uma grande vantagem.

Conforme explicado pela Dra. Anna Łabędź-Masłowska, membro da equipe que desenvolveu a terapia, da Faculdade de Bioquímica, Biofísica e Biotecnologia da Universidade Jaguelônica, cada medicamento fabricado individualmente para um paciente é submetido a um rigoroso painel de testes de controle de qualidade e deve ter seu próprio certificado confirmando sua qualidade e adequação para uso.

"Esses procedimentos de controle são rigorosamente definidos por regulamentos e se aplicam a todos os fabricantes de medicamentos em todas as etapas da produção. No caso da terapia que desenvolvemos, é crucial que o desenvolvamos em conformidade com os requisitos da legislação polonesa e europeia", explicou a especialista. Ela acrescentou que isso aumenta significativamente a probabilidade de que o medicamento receba aprovação futura de agências de certificação de medicamentos, como a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) ou a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA).

Antes que o medicamento chegue ao mercado, ele ainda precisa concluir os ensaios clínicos de Fase III, para os quais a Universidade Jaguelônica gostaria de convidar um parceiro da indústria de MedTech. Atualmente, está em andamento a busca por uma empresa ou investidor para liderar conjuntamente o processo de transferência de tecnologia e comercialização.

O Centro de Transferência de Tecnologia da Universidade Jaguelônica (CITTRU) é responsável pela comercialização da terapia MesoCellA-Ortho. A terapia é protegida por patente. Já recebeu prestigiosos prêmios da indústria, incluindo o prêmio "Produto Polonês do Futuro" (PARP) e o Prêmio Econômico do Presidente da República da Polônia na categoria "Pesquisa e Desenvolvimento". (PAP)

jjj/ zan/

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