O que aprendi em 19 maratonas?

Com as maratonas aprendi que não existem metas impossíveis.
“Cada um de nós faria mais coisas se as julgasse menos impossíveis.”
Tornei-me mais resistente à dor e à fadiga física e psicológica.
Um dia um médico disse-me: “Filipa, o meu problema não é o seu joelho. O meu maior problema é a sua resistência à dor.”
Ao longo dos anos, de cada vez que cruzava a meta de uma maratona, tinha consciência de que iria conseguir tudo aquilo que eu quisesse. Porque com a minha cabeça eu chego aonde eu quero, como cheguei nas maratonas da Muralha da China ou na Antártida. E chegar ao fim de uma maratona não é coisa fácil. Se uma maratona fosse fácil eu não a fazia. Para além de ser um desafio físico, é essencialmente um desafio mental, que exige muito de quem está a correr. O meu querer e a minha força de vontade fizeram-me sempre chegar ao fim, mesmo que fosse em último lugar, como aconteceu na maratona de Davos. Com a minha determinação e com o meu foco ligado no máximo, enfrentei todos os obstáculos que surgiram diante de mim.
Ter cruzado a meta de 19 maratonas tornou-me uma pessoa mais forte em todos os sentidos e, de alguma forma, estendi essa força e esse positivismo (de conseguir) a todas as áreas da minha vida. Porque quem corre torna-se mais ágil e mais otimista.
Comecei a dar mais importância ao poder da minha visualização nos objetivos que quero alcançar. Portanto, foi muito importante ter visualizado antecipadamente algumas das metas que cruzei. Recordo a maratona da Gronelândia, onde isso aconteceu na perfeição quando, dias antes ao correr dez minutos de noite, visualizei a minha chegada à meta. No dia da prova, aconteceu como eu “a tinha visto “e cruzei a meta em primeiro lugar. A corrida fomenta um estilo de vida mais saudável e o meu otimismo é, inevitavelmente, uma boa consequência da corrida. Quem corre sabe que é assim… Ou estou enganada?
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.
Visao