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Reviravolta histórica: Almeida vence Volta à Suíça

Reviravolta histórica: Almeida vence Volta à Suíça

Em condições normais, este domingo seria dia de consagração de João Almeida. Porquê? Estando em teórica vantagem na cronoescalada que encerrava a Volta à Suíça, e partindo do pressuposto de que chegaria a este momento da decisão da frente, seria uma mera questão de controlar o avanço e “vingar” o segundo lugar de 2024, com a vitória no contrarrelógio final a ser insuficiente para bater o seu companheiro de equipa, Adam Yates. No entanto, a primeira etapa desta edição mudou todos os planos e o português lutava contra si.

Os mais de três minutos de atraso numa tirada atípica onde as principais equipas não conseguiram desfazer o gap que deixaram crescer depois de duas subidas nos 30 quilómetros iniciais colocavam a missão do Bota Lume como algo muito, muito complicado (impossível não era, mas já lá vamos). Era altura de aparecer a versão que há muito todos atribuem a João Almeida: um verdadeiro líder, sem medo de ir ao choque e com constantes melhorias naquilo que são as suas qualidades como corredor, das mudanças de velocidade na montanha às descidas, passando pelos contrarrelógios mais irregulares. Contra tudo, regressou à luta.

Após uma segunda etapa entre Aarau e Schwarzsee com chegada ao sprint que não mexeu nada naquilo que era a classificação geral, João Almeida afirmou-se como o melhor corredor nesta Volta à Suíça, que marca uma espécie de antecâmara da Volta à França como tinha acontecido também com o Critério du Dauphiné, que chegou ao fim na semana passada. Foi segundo na chegada a Heiden a 18 segundos de Quinn Simmons, ganhou com 40 segundos de avanço de Oscar Onley na etapa de Piuro, terminou em segundo na tira com meta em Santa Maria in Calanca com o mesmo tempo de Onley, voltou a acabar na frente de Onley e Kevin Vauquelin na etapa deste sábado em Emmetten. Vindo de trás, o português já estava em segundo.

A minha equipa fez um ótimo trabalho numa etapa difícil. Todos os segundos são importantes [ganhou seis ao líder], mas nada está ainda decidido. Amanhã [domingo] vai ser muito duro.”

Apesar de ter esta Volta à Suíça quase perdida, com o problema de Jan Christen pelo meio a abalar aquilo que era o trabalho de da UAE Team Emirates, o português mostrou que é um verdadeiro líder aos 26 anos. Está muito mais completo, tem outro peso na equipa, merece ainda mais respeito dos adversários. Essa era já uma vitória conseguida nesta corrida de uma semana do World Tour por terras helvéticas mas a distância para a camisola amarela de Kevin Vauquelin era de apenas 33 segundos. Chegava o último desafio.

O primeiro controlo intermédio dava ainda mais esperança ao português, que passou aos 4,5 quilómetros a tirar um segundo à marca referência, que pertencia a Felix Gall. Vauquelin, a sair atrás do líder da UAE Team Emirates, perdia quase 20 segundos para João Almeida, num registo que permitia sonhar com a remontada histórica e que dava também outro alento aos muitos portugueses que estavam na estrada a apoiar o corredor de A-dos-Francos para o esforço final com inclinação a 10% que deixava tudo e todos de rastos. Almeida não falhou e, na segunda metade, passou a meta com 27.33, quase menos 25 segundos do que Gall. Faltava só a confirmação de que Vauquelin não tinha ritmo. Era uma questão de tempo: depois dos três triunfos consecutivos de Rui Costa na prova entre 2012 e 2014, havia outro português a ganhar na Suíça, sendo que Vauquelin, que foi quarto atrás também de Felix Gall e Oscar Onley, terminou a 1.40 minutos.

Entre a confusão de quem percebera há muito que a vitória era do português e a informação confirmada a João Almeida que tinha conseguido a reviravolta depois de começar com 3.22 minutos de atraso (algo que até chegou através de um repórter do Eurosport quando o Bota Lume tentava ainda recuperar a respiração mais normal), começou a festa com muitos portugueses a gritarem o nome de João no ponto de chegada da etapa entre Beckenried e Stockhütte. “Estou muito feliz depois desta recuperação. Depois daquele atraso, nunca desistimos, tivemos um plano perfeito e conseguimos ganhar”, resumiu nas primeiras declarações.

observador

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