Rios era caro e maré foi para outro lado: Froholdt é reforço

A certa altura, no final da passada semana, com a Roma a apontar atenções ao franco-marroquino Neil El Aynaoui para reforçar o meio-campo (algo que acabou por confirmar-se), começou a escrever-se que passava a ser o Benfica a estar em vantagem pela contratação de Richard Rios, colombiano do Palmeiras. Todavia, e no Porto, a esperança de um “golpe” de última hora ainda foi cogitado. Afinal, os dragões já tinham feito antes uma proposta de 17/18 milhões de euros pelo jogador, tendo depois esses dois encaixes com Francisco Conceição e Gonçalo Borges, que em conjunto renderiam cerca de 42 milhões, a ajudarem na ambição de ir um pouco mais longe. Não foi essa a opção. Nem a parada subiu por Rios, nem as possibilidades de chegarem a Kenneth Taylor aumentaram nesta fase. Entrava em cena um plano B que era há muito seguido no Dragão.

Se Richard Rios era um jogador conhecido em termos de observações por FC Porto e Francesco Farioli, e se o neerlandês Kenneth Taylor era um pedido expresso do novo treinador que trabalhou com o médio no Ajax na última temporada, imperou a possibilidade de chegar a Victor Froholdt, médio dinamarquês de 19 anos que já é internacional A (dois jogos) e que estava a ser acompanhado há algum tempo pelo departamento de recrutamento e prospeção dos azuis e brancos. A primeira proposta foi recusada, a segunda acabou por trazer quase de imediato uma aproximação entre FC Porto e Copenhaga. Entre terça e quarta-feira, tudo deverá ser confirmado, com o jogador a chegar à Invicta para a realização de exames médicos antes de assinar contrato e juntar-se de imediato ao plantel, que estará a estagiar nos próximos dias em Aigen im Ennstal, na Áustria.

Depois de uma primeira oferta de 18 milhões de euros com mais dois de objetivos, o FC Porto respondeu à recusa inicial e colocou em cima 20 milhões fixos com mais dois de variáveis, o que acabou por convencer os responsáveis do Copenhaga. Froholdt vai assinar contrato até junho de 2030, ficando com uma cláusula de rescisão de 85 milhões de euros perto dos valores de Samu ou Borja Sainz. Ao todo, e contabilizando ainda os investimentos feitos em Samu até aos 100% do passe e em Nehuén Pérez (90%), os azuis e brancos levam já cerca de 80 milhões investidos em 2025/26 com Gabri Veiga, João Costa, Prpic e Borja Sainz.

Depois de ter começado a carreira no Vallensbaek, o médio rumou ao Copenhaga quando tinha apenas 12 anos e fez aí todo o percurso da formação até se estrear na equipa principal com apenas 17 anos. Essa época inicial de 2023/24 valeu a Froholdt um novo contrato válido até 2028 e a permanência definitiva na equipa A do conjunto dinamarquês, antes de uma temporada de afirmação que acabou por funcionar como trampolim para voos mais altos: além de ter realizado um total de 53 jogos com seis golos, o jogador foi chamado à formação principal do seu país, estreando-se exatamente com Portugal, em Alvalade, onde foi suplente utilizado na derrota frente à Seleção que afastou a Dinamarca da Final Four da Liga das Nações.

Froholdt estava a ser seguido por outras equipas europeias nas Big Five, como B. Dortmund ou Tottenham, mas o FC Porto, que já no ano passado mostrou a atenção com que segue o mercado escandinavo com a aposta a médio prazo em Deniz Gül (que jogava no Hammarby), conseguiu antecipar-se, garantindo um médio com características de box to box que rareavam no plantel azul e branco desde a venda de Nico González ao Manchester City no mercado de janeiro. Forte em termos físicos, o dinamarquês é destacado pela capacidade de progressão com bola, pela penetração nos espaços entre linhas e pelas recuperações.

Em paralelo, e com poucas horas de diferença em relação ao anúncio do dinamarquês, poderá haver negócio num sentido contrário… com valores semelhantes: Otávio, central brasileiro contratado ao Famalicão, ainda resistiu a uma saída perante os primeiros treinos de Francesco Farioli mas vai mesmo deixar o Dragão e por um montante bem acima do que estava inicialmente previsto, numa venda ao Paris FC, que subiu à Ligue 1 em 2024/25, que deverá render 17 milhões de euros fixos mais três milhões em variáveis.

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