Em reunião com Motta e Alcolumbre, Haddad insiste no aumento do IOF

Em meio ao impasse provocado pelo aumento do IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se na noite de terça-feira 8 com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em busca de uma saída negociada.
O encontro, que ocorreu na residência oficial da Câmara, também contou com a presença da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, do ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, além de líderes partidários.
Apesar do tom conciliador adotado pelas partes, a reunião terminou sem avanços concretos. O governo manteve sua posição em favor da retomada do aumento do imposto, justificando a medida como necessária para fechar as contas de 2025 no azul e evitar cortes no orçamento, especialmente nas emendas parlamentares. Do lado do Legislativo, porém, a resistência continua firme.
À GloboNews, Motta descreveu o encontro como um passo importante para restabelecer o diálogo, mas reconheceu que não houve consenso. “Foi um encontro para a retomada do diálogo. Agora vamos seguir conversando para encontrar um caminho. Sem definição ainda”, afirmou.
O encontro ocorreu em meio ao embate jurídico e político travado entre Executivo e Legislativo após a derrubada do decreto presidencial que elevou o IOF. No fim de junho, deputados e senadores aprovaram, com ampla maioria, um projeto de decreto legislativo que anulava os efeitos da medida do governo. Em resposta, o Palácio do Planalto acionou o Supremo Tribunal Federal, que suspendeu temporariamente tanto os decretos do Executivo quanto o PDL aprovado pelo Legislativo.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes impediu, na prática, a cobrança do IOF com alíquotas mais altas. O tema será discutido em uma audiência de conciliação marcada para 15 de julho no STF, que reunirá representantes dos três Poderes.
Nos bastidores, há a avaliação de que o Planalto não quer abrir mão da arrecadação extra, mesmo com o desgaste político. Já no Congresso, o entendimento é que o governo deve buscar alternativas sem impor novos tributos à população.
Novos encontros entre os líderes do governo e do Legislativo estão previstos para os próximos dias, antes da audiência no Supremo. Por ora, o impasse permanece.
CartaCapital