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Haddad minimiza êxito de Milei na economia e aponta elevado custo social do ajuste

Haddad minimiza êxito de Milei na economia e aponta elevado custo social do ajuste

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não vê necessidade de o Brasil adotar medidas drásticas de ajuste fiscal. (Foto: Andre Borges - EFE)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou abertamente o modelo econômico liberal adotado pelo presidente argentino Javier Milei. Em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (27), Haddad afirmou que empresários brasileiros que exaltam as políticas do país vizinho ignoram o impacto social das medidas implementadas.

“Vejo muito empresário defender o Milei. Geralmente, é alguém que não conhece a periferia de Buenos Aires”, afirmou. “Cinquenta, sessenta por cento da população vive abaixo da linha da pobreza. E com o câmbio sobrevalorizado, problemas virão em breve. Se não fosse o Fundo Monetário Internacional (FMI), a situação já teria se deteriorado”, completou.

Haddad disse que o Brasil não precisa adotar medidas drásticas como as promovidas por Milei, que têm incluído cortes severos nos gastos públicos e redução do Estado. Embora esses ajustes tenham reduzido a inflação e estimulado investimentos, o ministro brasileiro defendeu uma trajetória mais cautelosa.

“Não precisamos de nada disso. Podemos e devemos seguir com ajustes graduais, semestre a semestre, como temos feito. Corrigindo rubricas, melhorando indicadores. Assim, em 2027, não teremos uma nuvem sombria pairando sobre o país”, disse.

Em meio às dificuldades para avançar com sua agenda fiscal, Haddad mencionou que o Ministério da Fazenda analisa uma proposta solicitada por líderes do Congresso para um possível ajuste linear nos benefícios, com preservação das isenções previstas na Constituição.

O ministro reforçou ainda a necessidade de reaproximação entre o Executivo e o Legislativo para viabilizar as reformas necessárias. Ele sugeriu a criação de uma mesa de diálogo com representantes do governo e da oposição para discutir os gastos públicos.

Apesar do tom conciliador, Haddad tem insistido em apontar que o Congresso favorece o “andar de cima”, enquanto o governo tenta proteger os mais pobres nas negociações de ajuste fiscal.

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