Novo Banco: Americanos do Lone Star lucram cinco a seis vezes mais com a venda

Com a venda do Novo Banco ao grupo francês BPCE, por um montante de 6,4 mil milhões de euros, o Estado português poderá encaixar 1,6 mil milhões de euros, mas o valor é muito inferior aos mais de 8 mil milhões de euros de capital público injetado na instituição que resultou da resolução do antigo Banco Espírito Santo (BES). O Estado detém cerca de 25% do Novo Banco através do Fundo de Resolução (13,54%), que poderá receber cerca de 866 milhões de euros, e da Direção-Geral do Tesouro (11,46%), que receberá 733 milhões de euros. Mas o fundo norte-americano Lone Star é que vai sair a ganhar, já que encaixa cerca de 4,8 mil milhões de euros pela venda da sua participação de 75% no banco. Em oito anos, prepara-se para multiplicar quase por cinco vezes o investimento de mil milhões de euros que efetuou quando adquiriu, em outubro de 2017, o controlo da instituição. Mas se somarmos os mil milhões de dividendos entretanto pagos pelo Novo Banco ao seu maior acionista, a Lone Star, sai a lucrar seis vezes mais do que a aplicação inicial.
A compra do quarto maior banco português faz parte dos planos de expansão do grupo Banque Populaire ‒ Caisse d’Épargne (BPCE), que concretiza assim a sua primeira investida fora de portas na área da banca de retalho. Em Portugal, o grupo BPCE já está presente através de um centro tecnológico do banco de investimento Natixis, da Oney, uma empresa focada no crédito ao consumo nas grandes superfícies, e do Banco Primus, vocacionado para o financiamento automóvel.
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