Setor produtivo pressiona Congresso a anular aumento do IOF

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Confederação Nacional do Comércio (CNC), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) pediram, em manifesto, que o Congresso Nacional anule o decreto do governo Lula que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
De acordo com as entidades, a decisão do governo gera imprevisibilidade e aumenta os custos para produzir no país.
“Com as medidas, os custos das empresas e dos negócios com operações de crédito, câmbio e seguros serão elevados em R$ 19,5 bilhões apenas no que resta do ano de 2025. Para 2026 o aumento de custo chega a R$ 39 bilhões”, diz um trecho do manifesto divulgado nesta segunda-feira (27).
“A medida encarece o crédito para empreendimentos produtivos, aumentando a carga tributária do IOF sobre empréstimos para empresas em mais de 110% ao ano e, ao mesmo tempo, expõe assimetrias”, continua o texto.
As confederações alertam ainda que o aumento do IOF impacta negativamente na importação de insumos e bens de capital e “desincentiva a formação de poupança nacional de longo prazo em favor de investimentos de curto prazo.”
"IOF não é um imposto arrecadatório"“O IOF, aliás, é um imposto regulatório, e não arrecadatório. É preciso enfrentar os problemas crônicos do Orçamento para acabar com a contínua elevação de impostos. Construir um desenho institucional mais eficiente é a forma certa de garantir o equilíbrio fiscal, reduzir o enorme custo tributário que trava o crescimento do país e garantir previsibilidade para investidores”, destacam as entidades em outro trecho do documento.
As confederações finalizam o texto pedindo respeito ao contribuinte: “O Brasil ostenta uma das maiores cargas tributárias do mundo. Precisamos de um ambiente melhor para crescer — e isso se faz com aumento de arrecadação baseado no crescimento da economia, não com mais impostos.”
Haddad disse que aumento do IOF teve aprovação de LulaO ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o decreto que reajustou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e causou confusão na semana passada foi debatido na mesa do presidente Lula (PT).
Após a repercussão negativa da medida, Haddad recuou, parcialmente, e resolveu retomar a isenção do IOF nos investimentos no exterior feitos por fundos brasileiros.
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