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A IL desistiu do Porto?

A IL desistiu do Porto?

É da natureza das coisas, até de bom senso, que os partidos pequenos têm uma comunicação ideológica mais forte e disruptiva porque isso sublinha a sua diferenciação, ao contrário dos maiores que, amarrados a compromissos e com clientelas em todo o lado, estão obrigados a contemporizar mais e tendem a apresentar propostas mais redondas. Uma IL ou Bloco podem à vontade reclamar a fusão de autarquias para que estas ganhem escala e meios para servir as populações, mas um PS/PSD, com um lastro de milhares de autarcas em todo o país não se podem dar a tal luxo.

Nesta linha, e por muitas dificuldades eleitorais que tenha, o PCP é inteligente em apresentar sempre um candidato às presidenciais. Mesmo que, como é o caso desta vez, seja um candidato que dificilmente mantém uma audiência acordada. Há dois motivos para isto. Por um lado, aproveitam esta oportunidade para fazer passar a sua mensagem. O PCP sabe que não vai à segunda volta e menos ainda ganhar a presidência, mas esse não é o ponto. Durante a campanha, vai poder comunicar, segurando as suas hostes e, na expectativa de as alargar para futuras legislativas. Por outro, afirma a sua diferenciação e combate a ideia de voto útil. Se decidisse apoiar, logo à partida um candidato da área PS, o PCP estaria a habituar os eleitores a votar ao lado por motivo de voto útil.

Tendo isto como certo, dificilmente se entende que a IL não apresente um candidato à autarquia do Porto, a segunda mais significativa do país, e se limite a apoiar o candidato do PSD. Nas recentes legislativas a IL foi, no concelho do Porto, a quarta força mais votada com cerca de 8% dos votos. Ter um candidato próprio permitiria afirmar a mensagem liberal no Porto e distinguir a IL do PSD. Afinal, se é a mesma proposta, porque não votar logo no PSD? Permitiria ainda corrigir o rumo que vinha da anterior vereação, na qual o trabalho dos liberais dentro das listas de Rui Moreira, com destaque para o vereador Ricardo Valente, não se afirmaram por qualquer política que se possa identificar como liberal. Caíram no caldeirão do presidente e lá ficaram, por certo confortáveis. Mas quem esteja satisfeito com a atual vereação já tem um candidato proveniente desta que é o Filipe Araújo, atual Vice-Presidente da Câmara. Importa notar que apoiar Pedro Duarte que é, obviamente o candidato do PSD, não é comparável a apoiar um independente como era Rui Moreira.

Esta falta de vontade ou de capacidade para ir á luta no Porto já seria surpreendente, não se desse o facto de a IL apresentar em Braga o seu líder Rui Rocha (e bem) mas cuja ambição comunicada é a de fazer de Braga a “capital do Norte”. Resumindo, no Porto a IL apoia o candidato do PSD e pretende fazer de Braga a capital do Norte.

Custa perceber que a IL esteja a fazer voluntariamente o caminho que o CDS se viu obrigado a fazer por não ter outro remédio. O PSD está a federar o centro-direita paulatinamente?

Vamos a ver o que se segue: as Presidenciais. Depois de ter afirmado que nenhum dos candidatos conhecidos era aceitável, a IL avançou com Mariana Leitão. Agora que esta abdicou para se dedicar à presidência do partido, será que vão apoiar Marques Mendes?

Nota editorial: Os pontos de vista expressos pelos autores dos artigos publicados nesta coluna poderão não ser subscritos na íntegra pela totalidade dos membros da Oficina da Liberdade e não refletem necessariamente uma posição da Oficina da Liberdade sobre os temas tratados. Apesar de terem uma maneira comum de ver o Estado, que querem pequeno, e o mundo, que querem livre, os membros da Oficina da Liberdade e os seus autores convidados nem sempre concordam, porém, na melhor forma de lá chegar.

observador

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