Portugal é o segundo país da UE com maior proporção de idosos e o terceiro com menor proporção de jovens

Portugal vai perder gente dos próximos anos. Em 2024 residiam no país 10 749 635 pessoas, projetando-se para 2028 projeta que a população residente diminua para 8 216 0151. Os dados são disponibilizados esta sexta-feira, 11 de julho, pelo Instituto Nacional de Estatística, no âmbito do Dia Mundial da População, que hoje se assinala.
Os dados permitem traçar o retrato de um país que se está a tornar cada vez mais grisalho. Vejamos. Em 1970, residiam em Portugal 8 663 252 pessaposoas. Em 1994, a população atingiu os 10 milhões (10 008 659). Trinta anos depois, em 2024, a população residente fixa-se em 10 749 635 pessoas (10 639 726 em 2023). Contas feitas, em 54 anos, o país registou um acréscimo de 21,4%, po que corresponde a mais 2 086 383 pessoas.
Entre 1970 e 2024, a proporção de idosos mais do que duplicou, enquanto a proporção de jovens diminuiu para cerca de metade. De acordo com o INE, a população dos 0 aos 14 anos de idade diminuiu de 28,5% para 12,6% da população residente total; enquanto as pessoas com 65 ou mais anos aumentaram de 9,7% para 24,3%.
Por cada 100 jovens que residiam em Portugal em 1970 havia apenas 34 idosos. Em 2024, o número aumentou para 192,4.
“Entre 1970 e 2024, em resultado da baixa da natalidade e do aumento da longevidade, verificou-se um duplo envelhecimento da população, refletindo-se na transformação da estrutura etária da população portuguesa”, explica o INE. Neste período, adianta, a idade mediana da população residente, que divide a população em dois grupos de igual dimensão, aumentou de 29,7 para 47,3 anos para o total da população (de 27,9 para 45,5 anos nos homens; e de 31,2 para 48,9 anos nas mulheres).
Projeta-se que, em 2080, a população residente diminua para 8 216 0151.
IMIGRANTES Dados do INE referentes ao ano de 2023 mostram que dos 10,6 milhões que residiam no país 1 045 398 eram de nacionalidade estrangeira, representando 9,8% do total. Uma dúzia de anos antes, em 2011, os residentes não nacionais eram tão só uma fatia de 3,9% do total, pouco passando dos quatrocentos mil, mais exatamente 413 011 pessoas.
PORTUGAL NO MUNDO. Portugal era em 2023 o segundo país da União Europeia (UE27) com a maior proporção de idosos (24,1%), apenas ultrapassado pela Itália (24,3%). Ambos com valores acima da média da UE: 21,6%.
Por oposição, Portugal era o terceiro país com menor proporção de jovens (12,8%), imediatamente a seguir à Itália (12,2%) e a Malta (12,3%). Também nesta vertente, o país apresenta valores abaixo da média europeia de 14,6%. O Luxemburgo e a Irlanda eram, em 2023, os únicos Estados-membros em que a proporção de jovens era superior à de idosos.
No que refere o índice de renovação da população em idade ativa, em 2023, apenas cinco estados-membros apresentavam valores acima de 100.
A sobreposição das pirâmides etárias para Portugal e para a UE27, para o ano de 2023, revela o duplo envelhecimento demográfico, na base e no topo, mais evidente para Portugal do que para o conjunto da União Europeia.
“A configuração das duas pirâmides reflete a maior proporção de idosos (65 e mais anos de idade), a menor proporção de jovens (0 a 14 anos de idade) e de pessoas em idade ativa (15 a 64 anos de idade) em Portugal comparativamente com a UE27”, explica o INE.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), em 2025, a população mundial deverá atingir a marca de cerca de 8,2 mil milhões, devendo crescer para cerca de 8,5 mil milhões em 2030, 9,7 mil milhões em 2050 e 10,9 mil milhões em 2100.
Metodologia. As estimativas de população residente seguem o método das componentes por coortes, assentam no conceito censitário de população residente e são calculadas por sexo e idade, até ao nível de desagregação geográfica de município. O seu cálculo desenvolve-se com base nas componentes demográficas natural e migratória, tendo por base informação de outras operações estatísticas do INE: nados-vivos, óbitos, estimativas da emigração e da imigração.
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