Frente Cívica critica demora em prender Ricardo Sa

A associação Frente Cívica endereçou esta terça-feira uma carta ao presidente do Conselho Superior de Magistratura, João Cura Mariano, em que critica a demora da Justiça em prender o ex-banqueiro Ricardo Salgado na sequências das duas condenações de Salgado já conhecidas no âmbito do Caso EDP. Na carta, à qual o Observador teve acesso, a Frente Cívica salienta que o banqueiro “continua à solta, por razões que ninguém conhece” e pede aos órgãos da Justiça que esclareçam o caso.
Em 2024, Ricardo Salgado foi condenado a seis anos e três meses de prisão efetiva por um tribunal de primeira instância, que deu como provado dois crimes de corrupção ativa para ato ilícito e um de branqueamento. O ex-presidente do Banco Espírito Santo recorreu da sentença, sendo que, a 11 de abril de 2025, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão da primeira instância.
A Frente Cívica realça que, depois desta decisão, tomada há dois meses, foi “reforçada a convicção na opinião pública de que, finalmente, Ricardo Salgado iria cumprir pena de prisão”. “Seria de esperar que o condenado fosse preso, até porque há duas decisões de Tribunais no mesmo sentido“, diz a associação, liderada por Paulo de Morais, que critica o facto de o ex-banqueiro ainda não ter sido detido.
“Essa prisão não ocorreu e, assim, o banqueiro continua à solta, por razões que ninguém conhece“, diz a Frente Cívica. Ainda assim, e em teoria, Ricardo Salgado ainda terá possibilidade de interpor novo recurso, para o Tribunal Constitucional.
Na carta, o presidente da Frente Cívica e também o vice-presidente da associação (João Paulo Batalha) salientam que a demora na detenção de Salgado “configura um aparente desprezo para com a Justiça, gera revolta e indignação generalizada na opinião pública, provocando justificado alarme social”.
E pedem à Justiça portuguesa que dê esclarecimentos sobre o caso. “Exige-se aos órgãos da Justiça uma explicação cabal e imediata sobre esta situação anómala. Vimos respeitosamente solicitar que o Conselho Superior da Magistratura, a que Vossa Excelência preside, proceda tão cedo quanto possível ao esclarecimento público que se impõe sobre esta matéria”, escrevem os responsáveis da Frente Cívica, dirigindo-se diretamente ao presidente do Conselho Superior de Magistratura, o Juiz Conselheiro João Cura Mariano.
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