Líder do PP espanhol recusa cordão sanitário a extrema-direita se for Governo

epa10813845 Spain’s People’s Party (PP) leader Alberto Nunez-Feijoo addresses a press conference at Moncloa Presidential Palace after his meeting with Spain’s King Felipe VI in Madrid, Spain, 22 August 2023. King Felipe VI is to meet leaders from the seven political parties represented at Parliament before proposing a candidate for Primer Minister to be voted at Parliament. EPA/J. P. GANDUL
O presidente do Partido Popular (PP) de Espanha e líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, disse hoje que não colocará cordões sanitários à extrema-direita do Vox se liderar o próximo governo do país, como espera.
Feijóo justificou que o Vox é atualmente o terceiro maior partido de Espanha e “os seus votantes merecem respeito” e não estar “encostados num canto”.
O líder do PP (direita) falava no encerramento do congresso extraordinário dos populares espanhóis, que decorreu este fim de semana em Madrid, no qual foi reeleito presidente do partido sem oposição ou contestação.
Feijóo convocou este congresso em 12 de maio, com o argumento de que o governo do socialista Pedro Sánchez está já “em contagem decrescente” e que era necessário “reativar” o PP e preparar o partido para eleições.
O congresso acabou por coincidir com a maior crise que vive o atual Governo, por causa de suspeitas de corrupção que envolvem antigos dirigentes do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e um ex-ministro de Sánchez.
Num momento em que as sondagens indicam um crescimento das intenções de voto na direita e na extrema-direita se houver eleições agora em Espanha, Feijóo disse hoje que pretende governar sem outro partido no executivo e trabalhar em acordos parlamentares ao longo da legislatura.
Depois de dizer que não colocará um cordão sanitário ao Vox, afirmou que também não o fará ao PSOE, desde que o líder do partido já não seja Sánchez.
“Com on ‘sanchismo’ é impossível acordar, mas isso não significa renunciar para sempre” aos consensos e pactos de que o país precisa”, disse.
O líder do PP garantiu que para o partido que lidera só há um cordão sanitário, o Bildu, da esquerda independentista do País Basco, que integra antigos membros do grupo terrorista ETA.
Feijóo afirmou que só se sentará a uma mesa de negociação com o Bildu quando o partido pedir desculpa às vítimas da ETA e ajudar a esclarecer todos os atentados e mortes do grupo terrorista.
No final do congresso, o presidente do PP espanhol alertou que apesar da crise que vive o Governo e o PSOE, a chegada dos populares ao poder “não vai ser um passeio” e pediu cautela “com o sorriso das sondagens” e “O excesso de confiança”.
As próximas legislativas em Espanha estão previstas para 2027.
Alberto Núñez Feijóo foi eleito líder do PP pela primeira vez em 2022 e venceu as últimas legislativas nacionais, em julho de 2023, mas não chegou a primeiro-ministro por não ter conseguido reunir uma maioria absoluta no parlamento que aprovasse a sua eleição para o cargo.
Desde que Feijóo está à frente do PP, o partido venceu também as eleições autonómicas e municipais de maio de 2023, as europeias de 2024 e as regionais na Galiza do ano passado.
Além de ser o maior partido no parlamento de Espanha, o PP está à frente dos governos autonómicos de 13 das 19 regiões e cidades autónomas do país.
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