Portugal visa presença nas "meias" do Euro Sub-21

Portugal discute no sábado o acesso às meias-finais do Europeu de futebol de Sub-21, ao enfrentar os Países Baixos, bicampeões em 2006 e 2007, chegando aos “quartos” invicta e como a única seleção sem golos sofridos.
Depois de ter disputado a primeira fase em Trencin, a seleção comandada por Rui Jorge continua instalada no noroeste da Eslováquia e fará quase 80 quilómetros até ao Estádio pod Dubnom, em Zilina, para medir forças com a “jong orange” às 18h00 locais (17h00 em Lisboa) e procurar tornar-se semifinalista pela quinta vez, após 1994, 2004, 2015 e 2021.
Portugal passou à fase a eliminar na primeira posição do Grupo C, com os mesmos sete pontos da França, segunda classificada e também apurada, que encerrou com um saldo negativo de cinco golos em relação aos lusos, face aos quais empatou na abertura (0-0).
Seguiram-se as goleadas à Polónia (5-0), que igualou o triunfo mais dilatado dos Sub-21 lusos em fases finais, e à Geórgia (4-0), reduzida a 10 unidades aos cinco minutos, por expulsão de Lasha Odisharia, sinalizada com recurso às imagens do videoárbitro (VAR).
Selando os seus melhores números de sempre nesse patamar da prova, com nove golos concretizados — é um dos ataques mais eficazes, a par da Alemanha —, e nenhum sofrido, Portugal superou pela quinta vez em nove possíveis a fase de grupos, criada em 2000, e logrou a terceira presença seguida nos “quartos”, reintroduzidos em fases finais em 2021.
Nas últimas duas edições, a seleção das “quinas” ultrapassou a Itália há quatro anos (5-3, após prolongamento), mas foi afastada em 2023 pela Inglaterra (1-0), detentora do título.
Três décadas antes, quando os “quartos” eram realizados a duas mãos e precediam uma “final four” concentrada num país, os lusos superiorizaram-se à Polónia em 1994 (3-1 fora e 2-0 em casa) e cederam com reviravolta face à Itália (1-0 em casa e 0-2 fora) em 1996.
No trajeto para as eliminatórias da edição anterior, coorganizada por Geórgia e Roménia, Portugal empatou com os Países Baixos na primeira fase (1-1), em Tbilisi, num contexto semelhante ao de 2007, quando, também na segunda jornada, os neerlandeses, então a jogar em casa e a defender o título logrado em solo luso no ano anterior, venceram (2-1).
Ao contrário da “jong orange”, os lusos nunca arrebataram o Europeu de Sub-21, do qual foram finalistas em 1994, 2015 e 2021, mas baseiam-se agora na solidez defensiva, nas qualidades complementares dos médios e na irreverência do ataque, liderado pelos três golos e duas assistências de Geovany Quenda, para ultrapassar um adversário irregular.
Retificando a eliminação precoce na edição anterior, os Países Baixos fecharam na vice-liderança do Grupo D, com quatro pontos, mas acumularam os três resultados possíveis: igualdade com a Finlândia (2-2), quarta e última, com dois, derrota frente à comandante destacada Dinamarca (1-2), com sete, e triunfo sobre a Ucrânia (2-0), terceira, com três.
O guarda-redes Robin Roefs, o lateral direito Devyne Rensch, os defesas centrais Jorrel Hato e Ryan Flamingo e o médio Kenneth Taylor foram totalistas pela equipa de Michael Reiziger, norteada por dois tentos e uma assistência do centrocampista Luciano Valente.
Com quatro internacionais “AA” ao dispor, os Países Baixos atuam em “4-3-3” e foram os únicos a lograr um pleno de 10 êxitos na qualificação, tendo o quarto melhor ataque — 32 golos anotados, sete deles por Noah Ohio —, e a defesa menos batida, com três sofridos.
Desse trajeto também resistem Ian Maatsen, Youri Regeer, Million Manhoef e Ruben van Bommel, em contraste com Dirk Proper ou Emanuel Emegha, os principais ausentes da “jong orange”, que ainda poderia eleger Bart Verbruggen, Youri Baas, Ryan Gravenberch, Xavi Simons e Brian Brobbey, todos com passado mais ou menos regular junto dos “AA”.
Regeer foi expulso perto do fim frente à Ucrânia e não defrontará Portugal, que tem João Muniz, Chico Lamba, Rafael Rodrigues, Diogo Nascimento, Mateus Fernandes ou Roger Fernandes em risco de exclusão para as “meias”, nas quais a equipa nacional poderá ter pela frente a Espanha ou Inglaterra, adversários na segunda partida dos “quartos” da 25.ª edição do Campeonato da Europa de Sub-21, também marcada para sábado, em Trnava.
observador