Protesto contra tarifaço e pela taxação de super-ricos reúne 15 mil em São Paulo

Uma manifestação em São Paulo contra o tarifaço de Donald Trump e pela taxação dos super-ricos reuniu aproximadamente 15,1 mil pessoas na noite desta quinta-feira 10, segundo uma estimativa do Monitor do Debate Político, formado por pesquisadores da Universidade de São Paulo.
A contagem ocorreu no momento de pico, às 19h30, a partir de fotos aéreas analisadas com um software de inteligência artificial. A margem de erro é de 12% para mais ou para menos — havia, portanto, entre 13,3 mil e 16,9 mil pessoas naquele momento.
Sob o mote “Centrão, inimigo do povo”, o ato na Avenida Paulista teve a organização das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, com o apoio de centrais sindicais e movimentos sociais. Também houve mobilização em outros locais, como Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Fortaleza, Curitiba, Maceió, Florianópolis, Vitória, Cuiabá e São Luís.
Protesto em São Paulo, em 10 de julho de 2025. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Entre os políticos presentes no ato em São Paulo estavam os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL), Erika Hilton (PSOL) e Rui Falcão (PT), o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) e o vereador Nabil Bonduki (PT).
A manifestação ocorreu um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma taxação de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, disseminando desinformação sobre o processo contra Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal e sobre os dados da balança comercial entre brasileiros e norte-americanos.
“Se o Trump está imaginando que o Brasil é república de bananas, ele que tire o cavalinho da chuva”, disse Boulos no protesto. “Já se foi o tempo em que o Brasil falava grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos. Isso pode ser com Bolsonaro, que bate continência para a bandeira deles ou com o Eduardo Bolsonaro, que vai se esconder debaixo da saia do Trump em Miami. Mas com o Lula não é assim.”
Também estiveram na pauta de reivindicações o fim da jornada 6×1, a aprovação da isenção de Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais por mês, a taxação dos BBBs — bets, bilionários e bancos —, críticas ao Congresso Nacional por revogar o reajuste do IOF e gritos de “sem anistia”.
Em 29 de junho, um ato convocado por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista reuniu 12,4 mil pessoas, também de acordo com o Monitor do Debate Político. O organizador do protesto contra a possível condenação do ex-presidente pela tentativa de golpe foi o pastor bolsonarista Silas Malafaia.
CartaCapital