Matéria Perdida: Substância Elusiva Descoberta no Universo

Após 10 anos de buscas, a "matéria perdida" do Universo foi descoberta
Especialistas da Agência Espacial Europeia fizeram um grande anúncio: encontraram a "matéria perdida" do Universo. Os cientistas sabem que, para que nossos modelos cosmológicos funcionem, o Universo precisa conter uma certa quantidade de matéria – a substância que compõe tudo o que podemos ver. O problema é que apenas um terço dessa matéria já foi visto, e o restante está desaparecido. E agora parece que ela foi realmente encontrada.

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Especialistas acreditam que a matéria "perdida" esteja em um vasto filamento de gases a 10 milhões de graus Celsius que se estende pelas profundezas do universo. Essa faixa cósmica, com mais de 23 milhões de anos-luz de comprimento, contém 10 vezes mais matéria do que a nossa Via Láctea.
O fio gigante conecta quatro aglomerados de galáxias, cada um contendo milhares de galáxias individuais repletas de bilhões de estrelas.
O filamento se estende diagonalmente da Terra, parte do Superaglomerado Shapley, a maior estrutura do universo, composta por 8.000 galáxias. O filamento é tão longo que viajar por ele seria como atravessar a Via Láctea de ponta a ponta mais de 230 vezes.
Quando os gases são comprimidos pela gravidade, eles produzem enormes quantidades de energia, fazendo com que o gás se torne extremamente quente. No entanto, como o gás é tão difuso, os filamentos emitem uma luz muito fraca, difícil de distinguir da luz de galáxias e buracos negros próximos. É como tentar ver a luz de uma vela à distância, perto de lanternas brilhantes.
Sem a capacidade de isolar a luz proveniente do próprio gás, os astrônomos não conseguiram descobrir quanta massa oculta do Universo ele contém. Em um novo artigo publicado na revista Astronomy and Astrophysics, os astrônomos fizeram exatamente isso pela primeira vez, usando dois potentes telescópios de raios X.
Os pesquisadores combinaram observações do telescópio espacial de raios X XMM-Newton da Agência Espacial Europeia (ESA) e do telescópio espacial de raios X Suzaku da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA).
Enquanto o Suzaku mapeou a emissão fraca de raios X do gás em uma grande área, o XMM-Newton foi capaz de identificar fontes de raios X contaminantes, como buracos negros supermassivos.
Graças ao XMM-Newton, os cientistas conseguiram identificar e remover esses poluentes espaciais, revelando assim o objeto de estudo. Pela primeira vez na história, isso permitiu aos pesquisadores determinar as propriedades do fio cósmico.
Além de detectar um fio de matéria até então invisível percorrendo o Universo, esses resultados mostram que os aglomerados de galáxias estão conectados uns aos outros por grandes distâncias.
Isso significa que algumas das estruturas mais densas e extremas do Universo podem fazer parte de uma vasta "teia cósmica".
mk.ru