Coreia do Norte prende alto funcionário por falha no lançamento de navio de guerra

A Coreia do Norte prendeu um quarto oficial pelo lançamento fracassado de um novo navio de guerra que enfureceu o líder do país, Kim Jong Un.

Ri Hyong-son, vice-diretor do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, foi "em grande parte responsável pelo grave acidente" da semana passada, informou a agência de notícias estatal KCNA na segunda-feira.

O contratorpedeiro de 5.000 toneladas tombou e danificou seu casco , no que Kim descreveu como um "ato criminoso" que "prejudicou gravemente a dignidade e o orgulho [do país]".

O navio está sendo reparado sob a orientação de um grupo de especialistas, disse a KCNA.

O Sr. Ri, que faz parte da Comissão Militar Central do partido, é a autoridade de mais alto escalão presa pelo incidente até agora.

A comissão comanda o Exército Popular Coreano e é responsável por desenvolver e implementar as políticas militares da Coreia do Norte.

No fim de semana, Pyongyang também deteve três funcionários no estaleiro de Chongjin, no norte, onde o destróier foi construído e onde seu lançamento falhou.

Entre eles estão o engenheiro-chefe do estaleiro, o chefe de construção e um gerente administrativo.

Kim disse anteriormente que o incidente de quarta-feira foi causado por "absoluta negligência, irresponsabilidade e empirismo anticientífico".

Não está claro que punição eles podem enfrentar, mas o estado autoritário tem um histórico lamentável de direitos humanos.

É incomum que a Coreia do Norte divulgue publicamente acidentes locais, embora tenha feito isso algumas vezes no passado após lançamentos fracassados ​​de satélites.

Alguns analistas acreditam que a resposta rápida e severa de Kim foi um sinal de que Pyongyang continuará a aprimorar suas capacidades militares.

"Isso envia uma mensagem clara à Coreia do Sul e aos EUA de que a Coreia do Norte não vai parar de tentar reparar e fortalecer sua tecnologia naval", disse Edward Howell, especialista em Coreia do Norte da Universidade de Oxford, à ABC News.

Um comentário no Daily NK, um veículo de notícias com foco na Coreia do Norte, de Seul, sugere que a "transparência, por mais relutante que seja" de Kim mostra que ele vê a modernização naval como uma prioridade crítica, e que "nem mesmo falhas públicas não podem atrapalhar a narrativa mais ampla do avanço militar".

O acidente no estaleiro da semana passada ocorreu semanas depois de a Coreia do Norte ter revelado um navio de guerra semelhante em outra parte do país.

Kim chamou o navio de guerra de um "avanço" na modernização da marinha da Coreia do Norte e disse que ele seria mobilizado no início do ano que vem.