Especialistas identificam o misterioso local do acidente de Amelia Earhart usando um rádio de 1937 cuidadosamente restaurado

Especialistas em aviação acreditam que finalmente podem estar prestes a resolver um dos maiores mistérios da história: o desaparecimento da lendária piloto Amelia Earhart há quase 90 anos.
A aviadora pioneira e seu navegador Fred Noonan desapareceram sem deixar vestígios em julho de 1937 durante sua ambiciosa tentativa de se tornar a primeira mulher a voar ao redor do mundo, dando início à mais extensa busca marítima e aérea da história americana na época, relata o Daily Mail.
Agora, uma equipe de exploração de águas profundas afirma ter reduzido drasticamente a área de busca após restaurar um rádio idêntico ao usado no voo final de Earhart. As alegações surgem no momento em que o Reino Unido celebra o abandono definitivo de seu lar de 4.000 anos por seus ilhéus mais remotos.
GRANDE AVANÇO APÓS DÉCADAS
A descoberta notável pode finalmente fornecer respostas sobre o que aconteceu quando o Lockheed Electra de Earhart desapareceu sobre o Oceano Pacífico, deixando para trás um dos mistérios mais duradouros da aviação.
"Nossa mais recente análise de comunicação de rádio é um grande avanço na solução de um dos mistérios mais duradouros da história da aviação", declarou Dave Jourdan, presidente da Nauticos, a empresa que lidera a missão.
"Reduzimos drasticamente a área de busca, e esta nova expedição representa nossa melhor chance até agora de finalmente localizar o avião de Amelia Earhart."
A Nauticos, especializada em exploração de águas profundas e pesquisa histórica, adquiriu e restaurou meticulosamente um transmissor de aeronave Western Electric 13C e um receptor Bendix Modelo RA-1A em 2020.
TESTES DE RÁDIO REVELAM LOCALIZAÇÃO CRUCIAL
O sistema de rádio restaurado é idêntico ao equipamento usado no voo final de Earhart e permitiu que especialistas identificassem a localização aproximada da aeronave às 8h do dia em que ela desapareceu.
Esta análise inovadora refinou significativamente a área de busca perto da Ilha Howland, no Oceano Pacífico — o destino pretendido por Earhart naquela fatídica manhã de julho.
Até agora, os pesquisadores examinaram meticulosamente uma área impressionante de 3.610 milhas quadradas de fundo do mar — aproximadamente o tamanho de Connecticut — em uma tentativa desesperada de localizar os destroços.
A quarta expedição lançada pela Nauticos será guiada por testes extensivos conduzidos no equipamento de rádio restaurado, recriando as circunstâncias exatas que cercam o misterioso desaparecimento.
HORAS FINAIS RECONSTRUÍDAS
Earhart e Noonan decolaram de Lae, na Nova Guiné, em 2 de julho de 1937, e começaram a receber comunicações de uma embarcação estacionada na costa da Ilha Howland.
Entretanto, a recepção de rádio foi ruim durante toda a viagem, com Earhart eventualmente informando ao barco que os aguardava que seus suprimentos de combustível estavam perigosamente baixos.
Embora ela não tenha conseguido fornecer coordenadas exatas durante aqueles momentos cruciais finais, sua última transmissão incluiu uma posição vital da bússola que agora se mostrou fundamental nos esforços de busca.
O gerente do projeto Jeff Morris revelou como a equipe replicou as condições daquele voo final usando equipamento idêntico para determinar onde Earhart estava durante suas últimas comunicações.
"A quarta missão Nauticos para procurar Amelia Earhart será baseada nos dados científicos que coletamos durante extensos testes de rádio", explicou Morris.
"Isso não é mais teoria. É informação cientificamente medida que nos diz onde ela estava às 8h da manhã de 2 de julho de 1937."
MENSAGENS DESESPERADAS FINAIS
Earhart havia planejado uma ambiciosa jornada de oeste para leste ao redor do globo em 34 etapas distintas. Quando o desastre aconteceu, ela estava na etapa 31, tendo já percorrido impressionantes 35.000 quilômetros, restando apenas 11.000 quilômetros para completar sua histórica circunavegação.
A pequena parada para reabastecimento na Ilha Howland foi crucial, pois sua aeronave não tinha alcance suficiente para a vasta travessia do Pacífico Sul. Este trecho em particular exigiu um voo extenuante de 4.000 quilômetros e 18 horas de voo através da linha internacional de data.
O navio da Guarda Costeira Itasca esperou com combustível precioso para a próxima etapa de sua jornada, recebendo mensagens de voz intermitentes de Earhart, que ficavam mais fortes à medida que ela se aproximava de seu destino.
Às 7h58, o Itasca recebeu o sinal de rádio mais forte de Earhart quando relatou desesperadamente que estava "circulando, procurando e ficando com pouco combustível".
Sua transmissão final foi recebida às 8h43 - então o silêncio caiu para sempre sobre as ondas do Pacífico.
ESFORÇOS DE BUSCA CONTÍNUOS
Apesar de décadas terem se passado desde aquela manhã trágica, empresas privadas, indivíduos e grupos dedicados nunca perderam a esperança de encontrar os destroços.
No ano passado, as esperanças aumentaram quando uma empresa de exploração em águas profundas acreditou ter avistado o avião dela em imagens de sonar. No entanto, a potencial descoberta revelou-se nada mais do que uma formação rochosa natural no fundo do oceano.
A próxima expedição Nauticos contará com a participação da piloto e jornalista Amelia Rose Earhart, que continua comprometida em preservar a memória e o legado de sua famosa homônima.
A empresa prometeu documentar cada momento de sua busca por meio de atualizações nas redes sociais e transmissões ao vivo, permitindo que o mundo acompanhe sua missão potencialmente histórica.
Daily Express