EUA evacuarão parcialmente embaixada no Iraque em meio ao aumento das tensões com o Irã

Funcionários não essenciais da embaixada dos EUA e seus dependentes em Bagdá serão evacuados do Iraque devido aos altos riscos de segurança, disseram fontes do governo dos EUA.
As autoridades não disseram exatamente o que motivou a remoção, no entanto, na quarta-feira, autoridades americanas foram informadas de que Israel estava pronto para lançar uma operação no Irã, informou a CBS, parceira americana da BBC, citando autoridades familiarizadas com o assunto.
As autoridades disseram que essa foi parte da razão pela qual os EUA aconselharam alguns americanos a deixar a região e que os EUA previram que o Irã poderia retaliar em certos locais americanos no Iraque.
Isso ocorre num momento em que as negociações dos EUA sobre o programa nuclear do Irã parecem ter estagnado nos últimos dias.
O enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, ainda planeja se reunir com autoridades iranianas para a sexta rodada de negociações no domingo, disseram as autoridades à CBS.
Um funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse à BBC: "Estamos constantemente avaliando a postura adequada do pessoal em todas as nossas embaixadas.
"Com base em nossa última análise, decidimos reduzir a presença de nossa missão no Iraque."
Trump falou sobre o Irã em uma aparição no Kennedy Center na quarta-feira, dizendo aos repórteres que os americanos foram aconselhados a deixar a região "porque pode ser um lugar perigoso, e veremos o que acontece".
Trump também reiterou que os EUA não queriam que o Irã desenvolvesse uma arma nuclear: "Não vamos permitir isso".
O presidente espera fechar um acordo para impedir que Teerã desenvolva uma arma nuclear.
Trump disse na quarta-feira que estava ficando menos confiante de que o Irã pararia de enriquecer urânio.
No início desta semana, ele também teve uma conversa telefônica de 40 minutos — que foi considerada "tensa" — com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que há muito defende uma abordagem militar em vez de diplomática.
Com as negociações nucleares em um momento crítico, ainda não está claro até que ponto o anúncio dos EUA é apenas uma sinalização e não uma preocupação genuína.
Mas o ministro da Defesa iraniano, Aziz Nasirzadeh, disse que seu país retaliaria contra as bases americanas na região se as negociações falhassem e Trump ordenasse ataques militares contra a República Islâmica.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, também aprovou a saída voluntária de famílias de militares americanos de países do Oriente Médio, incluindo Kuwait e Bahrein, informou a agência de notícias Reuters.
Testemunhando diante de um painel do Congresso na quarta-feira, o Pentágono disse acreditar que havia "muitos indícios" de que o Irã estava "caminhando em direção a algo que se pareceria muito com uma arma nuclear".
O Irã diz que seu programa de enriquecimento de urânio é para geração de energia civil e que não está tentando construir uma bomba atômica.
Também na quarta-feira, a organização de Operações Comerciais Marítimas do Reino Unido — parte da Marinha Real — emitiu um alerta dizendo que o aumento das tensões militares no Oriente Médio poderia afetar o transporte marítimo.
O preço do petróleo aumentou inicialmente mais de 4% quando a notícia da evacuação dos EUA foi divulgada, em antecipação à insegurança regional que poderia levar a problemas de abastecimento.
Cerca de 2.500 soldados americanos estão baseados no Iraque, de acordo com o departamento de defesa.
BBC