Putin rejeita pergunta sobre qualquer tentativa potencial de matar Khamenei do Irã

O presidente russo, Vladimir Putin, se recusou a comentar as especulações de que Israel ou os Estados Unidos podem tentar assassinar o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, e continuou a pressionar por uma solução política para o conflito Irã-Israel durante uma reunião com jornalistas internacionais.
"Se me permite, espero que esta seja a resposta mais correta à sua pergunta. Não quero nem discutir essa possibilidade. Não quero", disse ele em resposta a perguntas sobre Khamenei na quinta-feira, à margem do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse no início desta semana que o conflito poderia levar a uma mudança de regime no Irã, onde ataques israelenses têm como alvo altos líderes militares e importantes cientistas nucleares.
Ataques israelenses mataram pelo menos 585 pessoas, entre elas 239 civis, desde sexta-feira passada, de acordo com um grupo iraniano de direitos humanos sediado nos EUA.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou anteriormente que Washington sabia a localização de Khamenei. Ele afirmou que os EUA não agiriam por enquanto, embora não tenha descartado a possibilidade de os EUA se juntarem ao ataque de Israel ao Irã.
Apesar das ameaças de Netanyahu, Putin disse que a sociedade iraniana permanece unida em torno de seu governo.
“Vemos que hoje no Irã, com toda a complexidade dos processos políticos internos que ocorrem lá... há uma consolidação da sociedade em torno da liderança política do país”, disse ele.
O líder russo se apresentou nos últimos dias como um possível mediador entre os dois lados, embora suas propostas tenham sido rejeitadas por líderes mundiais como Trump devido aos laços estreitos de Moscou com Teerã.
Apesar dos obstáculos, Putin continuou a pressionar por uma resolução pacífica que precisaria garantir as “atividades nucleares pacíficas” do Irã e os “interesses de Israel do ponto de vista da segurança incondicional do estado judeu”.
“Esta é uma questão delicada e, claro, precisamos ser muito cuidadosos aqui, mas, na minha opinião, uma solução pode ser encontrada”, disse ele.
A Rússia ainda não forneceu armas ao Irã, apesar de ter assinado uma parceria estratégica em janeiro, disse ele, embora continue a ajudar no programa nuclear iraniano. Teerã afirma que este programa é projetado para uso civil e tem negado consistentemente a busca por uma bomba, mas Israel afirma que o Irã pretende construir uma arma nuclear.
Putin disse que o programa nuclear de Teerã continua clandestino, apesar dos recentes ataques aéreos israelenses.
“Essas fábricas subterrâneas existem, nada aconteceu com elas”, disse Putin.
Putin também afirmou que mais de 200 russos continuam trabalhando na usina nuclear de Bushehr, construída pela Rússia, no sul do Irã. O grupo está seguro, afirmou ele, depois que Moscou "concordou com a liderança de Israel que sua segurança seria garantida".
Al Jazeera