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Canadá promete gastar 5% do PIB em defesa até 2035 em pacto com líderes da OTAN

Canadá promete gastar 5% do PIB em defesa até 2035 em pacto com líderes da OTAN

Líderes da OTAN — incluindo o Canadá — aprovaram um plano para aumentar drasticamente os gastos com defesa na aliança ocidental para cinco por cento do produto interno bruto na próxima década, uma decisão que deu ao presidente dos EUA, Donald Trump, uma vitória política significativa.

Eles se reuniram a portas fechadas na Holanda na quarta-feira, onde os detalhes finais e possíveis queixas foram discutidos.

"À medida que o cenário global muda, a segurança coletiva criada pela aliança [da OTAN] continua sendo a forma mais forte e eficaz de proteger a soberania canadense e a segurança dos canadenses", disse o Primeiro-Ministro Mark Carney em Haia na quarta-feira. "Com nossos aliados, devemos garantir que o Canadá permaneça forte, unificado e pronto para enfrentar as ameaças não apenas de hoje, mas também de amanhã."

Trump diz que apoiará cláusula de defesa mútua da OTAN

Os membros da aliança, no entanto, esperavam algo em troca — um compromisso fervoroso de Trump com a cláusula de autodefesa da OTAN, Artigo 5.

Altos funcionários canadenses, falando em segundo plano após a reunião, disseram que os aliados pareciam confortáveis ​​com as garantias do presidente dos EUA, apesar de ele ter hesitado em público sobre se Washington sairia em defesa de seus aliados em uma crise.

A caminho da cúpula, Trump foi questionado se apoiava o Artigo 5, e ele respondeu que a cláusula de legítima defesa tem muitas definições. De fato, a linguagem é bastante clara — dizer que um ataque a um membro é considerado um ataque a todos os aliados da OTAN.

Após o anúncio, Trump foi questionado novamente se ele apoiaria o Artigo 5, já que os líderes da OTAN concordaram em aumentar o financiamento militar.

"Eu apoio isso, é por isso que estou aqui, é por isso que estou aqui", disse Trump. "Se eu não apoiasse isso, não estaria aqui."

Um compromisso para os aliados

Carney disse que a mudança para cinco por cento do produto interno bruto, 3,5 por cento para gastos militares básicos e 1,5 por cento para infraestrutura relacionada à defesa ocorrerá nos próximos 10 anos, mas será revisada em 2029 para garantir que essas metas ainda estejam alinhadas com as ameaças que o Canadá enfrenta.

Esse é um compromisso para os aliados — incluindo o Canadá — que estão achando difícil aceitar um aumento tão grande.

Carney revelou na segunda-feira, durante uma entrevista à CNN, que atingir a nova meta de gastos com defesa de cinco por cento do PIB custaria ao tesouro federal US$ 150 bilhões por ano.

Isso se traduz em aproximadamente US$ 107 bilhões em gastos militares diretos, com o restante destinado à infraestrutura de defesa, como portos, bases e campos de aviação.

Assista | Carney questionado sobre o apoio público ao grande aumento nos gastos com defesa:

O primeiro-ministro Mark Carney, falando em uma cúpula da OTAN depois que os aliados concordaram com um grande aumento nos gastos com defesa, disse que os gastos — incluindo uma parcela que irá para infraestrutura relacionada à defesa e não para gastos militares básicos — visam proteger os canadenses em um "ambiente de ameaças em evolução".

Quando questionado sobre quais sacrifícios os canadenses terão que fazer para cumprir esse compromisso de financiamento, Carney disse que haverá compensações — mas ele observou que certos sacrifícios já estão sendo feitos.

"As pessoas que fizeram sacrifícios foram os homens e mulheres das Forças Armadas Canadenses, porque eles não foram pagos para refletir o que estamos pedindo que eles façam e, em muitos casos, eles não estavam operando com o equipamento certo", disse ele.

O Canadá está compensando essas deficiências investindo no orçamento de defesa do Canadá neste ano, mas em cinco ou 10 anos, se as ameaças à segurança do Canadá continuarem a aumentar, Carney reconheceu que os canadenses podem ter que fazer concessões quando se trata de gastos públicos.

Essas compensações, disse o primeiro-ministro, provavelmente acontecerão no final da década e na próxima e, se acontecerem, ele disse que haverá "uma conversa muito clara e aberta" sobre onde as pessoas estão dispostas a chegar a um acordo.

O que os canadenses vão pensar?

O Canadá não vê esse tipo de aumento massivo de gastos militares desde a Segunda Guerra Mundial ou a Guerra da Coreia, diz o especialista em defesa Dave Perry, do Instituto Canadense de Assuntos Globais.

Outra questão é se o público canadense está preparado para isso.

A opinião pública apoiou amplamente o cumprimento da antiga meta de dois por cento da OTAN.

E Perry disse que os canadenses terão que tentar ignorar o fato de que esse é um acordo de Trump.

"Isso finalmente está tirando da mesa o que tem sido um incômodo sério e duradouro para o governo dos Estados Unidos, com seus múltiplos governos", disse ele. "Um ex-funcionário americano do Departamento de Estado reclamou ontem à noite: pedimos gentilmente durante anos e ninguém fez nada — até que Trump parou de pedir gentilmente."

ASSISTA | Durante anos, os EUA pressionaram os líderes da OTAN a aumentar os gastos militares:
Os membros da OTAN se reúnem esta semana para debater a meta de mais que dobrar os gastos com defesa para 5%. Mas uma troca de mensagens de texto entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário-geral da aliança parece indicar que o acordo já está fechado.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, abriu a cúpula abreviada elogiando Trump por liderar o movimento pelo aumento dos gastos com defesa.

"Por muito tempo, um aliado, os Estados Unidos, carregou muito do fardo desse compromisso — e isso muda hoje", disse Rutte. "Presidente Trump, caro Donald, vocês tornaram essa mudança possível. Sua liderança nisso já gerou um trilhão de dólares em gastos extras de aliados europeus desde 2016. E as decisões de hoje gerarão outros trilhões para nossa defesa comum."

Carney observou que o aumento nos gastos significará maior segurança e também impulsionará a economia doméstica, criando novas indústrias e novos empregos.

"O mundo está cada vez mais perigoso e dividido. O Canadá precisa fortalecer nossa defesa para proteger melhor nossa soberania, nossos interesses e nossos Aliados", disse Carney em um comunicado ao final da reunião. "Se queremos um mundo mais seguro, precisamos de um Canadá mais forte."

cbc.ca

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