Aliança de Esquerda Europeia | Um novo começo para a esquerda europeia
O Centro de Congressos da Alfândega, localizado às margens do Rio Douro, na bela cidade do Porto, está lotado para a conferência do partido fundador da Aliança Europeia para os Povos e o Planeta (ELA), que começa em 13 de junho. O partido de esquerda português Bloco de Izquierda, um dos membros fundadores da ELA, é o anfitrião da reunião, que consiste em uma assembleia geral interna pela manhã e uma conferência aberta de um dia e meio na sexta-feira e no sábado. Isso é lógico, já que o Bloco tem sido uma das forças motrizes por trás da reformulação da Esquerda Europeia. A líder de longa data do partido, Caterina Martins, é uma das copresidentes do novo partido, ao lado de Malin Björk, do Partido da Esquerda Sueco, que se junta a um partido europeu pela primeira vez. O número relativamente grande de membros do Bloco que compareceram ainda deve estar se recuperando da derrota eleitoral de 18 de maio, mas o clima no Porto neste fim de semana é bom, e de vez em quando há uma verdadeira sensação de otimismo pairando pelos corredores do Museu dos Transportes.
Além de representantes dos sete partidos fundadores da ELA e de alguns partidos, como o Partido da Esquerda Norueguês, que atualmente adere à aliança, também compareceram convidados de outros partidos e movimentos sociais de toda a Europa. Vitali Dudin, por exemplo, representa a organização ucraniana Social Neruch. Ao contrário do Partido da Esquerda Europeia, a ELA só pode ser filiada a partidos representados em parlamentos nacionais. A maioria dos partidos membros tem membros do Parlamento Europeu que trabalham juntos no grupo parlamentar da Esquerda. No entanto, graças aos numerosos convidados de pequenas alianças ou partidos, principalmente de países da Europa Central e do Sudeste, a ELA se apresenta, ainda assim, como uma organização com posicionamento amplo. Janis Ehling, diretor federal da Esquerda, também proferiu um discurso curto, mas notável, na sessão de abertura, no qual destacou, em referência à divisão entre o BSW e a Esquerda, que as divisões às vezes podem ser necessárias para a sobrevivência.
O congresso do partido marca o fim provisório de um longo processo. Os sete partidos europeus – a maioria dos quais anteriormente membros do Partido da Esquerda Europeia – registraram o novo partido no ano passado e prepararam sua orientação política. Os líderes de seus partidos membros se encontraram pela primeira vez no Porto. A densidade de celebridades partidárias é impressionante. Todos os partidos estão representados pelo menos no nível de secretário-geral, e a maioria também é representada por seus líderes partidários. Na parte pública bem planejada do congresso, todos eles falam, pintando um quadro surpreendentemente unificado de sua visão de conectar suas lutas políticas nacionais e cooperar no nível político. Os temas abordados não são nenhuma surpresa. O novo partido europeu é pró-ucraniano, mesmo que sua posição sobre entregas de armas varie. É absolutamente pró-palestino. Em sua apresentação, a política europeia finlandesa Li Andersson destacou a importância do direito internacional para a direção da aliança. Os workshops, de resto, giraram em torno do repertório clássico de conferências de esquerda.
Alguns dos participantes, no entanto, apresentaram-se surpreendentemente fortes. Em primeiro lugar, o Secretário-Geral Adrian Bompart e a Vice-Presidente do Parlamento Francês Clémence Guetté, ambos de La France insoumise. Os discursos da política espanhola do Podemos, Irene Montero, e da presidente do Bloco, Marina Mortagua, também foram inflamados. Também ficou claro que o novo partido de esquerda europeu é jovem, feminista e voltado para a ação. Todos concordaram que queriam menos resoluções e mais atividades conjuntas. As chances de a ELA conseguir cumprir essa promessa não são ruins, já que a coordenação, particularmente dentro do grupo no PE, já está funcionando muito bem. Resta saber se mais cisões políticas surgirão ao longo do tempo, ou se as demandas de liderança dentro do partido e sua fundação, que está sendo estabelecida atualmente, representarão grandes desafios para a nova aliança.
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