Tensões no Oriente Médio: Israel lança ataques aéreos no sul da Síria e no leste do Líbano. O que há de novo sobre os ataques?

Israel bombardeou novamente as forças do governo sírio na terça-feira na cidade de Al-Suwayda, no sul do país, que já havia atacado esta manhã em apoio à população drusa local, após a chegada do Exército sírio em meio a pesados confrontos.

Nesta terça-feira, Israel também bombardeou áreas do Líbano , seu vizinho ao norte. Em um comunicado, os israelenses alegaram que os ataques foram direcionados contra membros do Hezbollah.

Na Síria, o último ataque israelense teve como alvo o centro da cidade, que é predominantemente druso, informaram a agência de notícias oficial síria SANA e a televisão estatal Al Ijbariya, sem fornecer detalhes sobre quem foi o alvo.

No entanto, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse em um comunicado que os mísseis caíram perto da sede da polícia, onde um grupo das Forças de Segurança Interna enviado por Damasco estava estacionado.

O estado judeu já havia atacado a área esta manhã a pedido do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Israel Katz.

De acordo com uma declaração conjunta emitida pelos gabinetes dos dois líderes, o objetivo era proteger a população drusa e impedir a presença militar perto da fronteira com Israel, que ocupa as Colinas de Golã na Síria desde 1967, onde vivem cerca de 24.000 drusos.

"Estamos trabalhando para impedir que o regime sírio os prejudique (os drusos) e para garantir a desmilitarização da área adjacente à nossa fronteira com a Síria", diz a declaração.

Israel já havia intervindo na segunda-feira contra vários tanques sírios para impedi-los de avançar em direção a Al-Suida, além de lançar vários ataques aéreos em apoio aos drusos durante outro surto de violência envolvendo essa comunidade na Síria há mais de dois meses.

No Líbano , pelo menos doze pessoas foram mortas e outras oito ficaram feridas na terça-feira em uma série de bombardeios israelenses contra o Vale do Bekaa, no leste do país dos cedros, no pior ataque desde que o cessar-fogo entre as partes entrou em vigor em novembro passado.

A maioria das mortes ocorreu na região de Wadi Fara, onde três libaneses e sete refugiados sírios, incluindo cinco membros da mesma família, foram mortos, informou o governador da província de Baalbek-Hermel, Bachir Khodr, em sua conta no X.

Mais duas pessoas morreram na cidade de Shamstar, enquanto outras oito ficaram feridas em quatro áreas diferentes do distrito administrativo, de acordo com a autoridade provincial.

O exército israelense disse em um comunicado que suas ações tiveram como alvo instalações pertencentes ao grupo xiita libanês Hezbollah, que, segundo ele, estavam sendo usadas como "centros de treinamento militar" para planejar operações contra Israel.

Esses são os ataques mais mortais contra o Líbano desde que o cessar-fogo entre as partes entrou em vigor no final de 2024.

O estado judeu continua a atacar o território libanês quase diariamente, apesar do cessar-fogo, mas a maioria de seus ataques tende a se concentrar no sul do país e são menos frequentes em áreas tão distantes da fronteira comum quanto Bekaa.

Nas últimas semanas, seus caças lançaram várias ondas de ataques aéreos contra supostos complexos de armas e depósitos do Hezbollah na região sul, enquanto continuavam com ataques direcionados contra veículos, principalmente em estradas no sul.