Autoridades do FMI se reuniram para discutir o acordo com a Argentina e definir um novo desembolso.

Após várias semanas de expectativa, a equipe técnica e o conselho executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) se reuniram para discutir a primeira revisão técnica do mais recente acordo entre a instituição financeira e a Argentina. Essa reunião informal pode liberar um desembolso de US$ 200 milhões do Fundo.
A agência de notícias financeiras Bloomberg revelou que os membros da equipe técnica que visitaram a Argentina realizaram uma reunião informal com o conselho do Fundo na terça-feira, 22, e que discutiriam o futuro do programa antes do final de julho. Antes da reunião com o conselho, a equipe técnica entrou em contato com autoridades argentinas para dar continuidade à avaliação.
O governo argentino espera que o conselho de administração do FMI considere que algumas das principais metas do programa, como o superávit primário e a acumulação de reservas, foram cumpridas. No entanto, um dos fatores que condicionaram o governo nacional foi a acumulação de dólares. A data limite para determinar quantos dólares o Banco Central (BCRA) arrecadou foi 13 de junho, mas fontes de mercado estimaram que o BCRA ficou US$ 4 bilhões aquém da meta.
Para lidar com essa situação, o Banco Central ativou diversos mecanismos para acumular reservas e cumprir melhor o acordo firmado com o Fundo. Uma dessas manobras foi a compra direta de dólares liquidados por províncias ou empresas que emitem dívida em moeda estrangeira em nome do Tesouro. No total, o Tesouro Nacional adquiriu US$ 641 milhões entre 23 de junho e 17 de julho.
Além da reunião, o FMI publicou um relatório analisando a situação da Argentina, destacando diversos desafios que o país enfrenta em seu setor externo. O relatório observou que a posição externa da Argentina em 2024 era mais fraca do que o esperado, com base em seus fundamentos econômicos de médio prazo e políticas desejáveis, e que os níveis de reservas internacionais líquidas "permanecem criticamente baixos". O relatório também enfatizou a necessidade de avançar com reformas para melhorar a competitividade.
O Fundo sustentou que o Programa de Facilidades Ampliadas (EFP), ao qual a Argentina adere, "pode manter uma balança comercial sólida, recuperar o acesso ao mercado, atrair investimento estrangeiro direto e salvaguardar a sustentabilidade externa". Outra medida proposta pela organização é implementar " uma taxa de câmbio mais flexível " e reduzir gradualmente os controles cambiais ainda existentes.
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