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Guia para se preparar para o vestibular (PAU), concursos e outros exames: dicas de estudo de especialistas

Guia para se preparar para o vestibular (PAU), concursos e outros exames: dicas de estudo de especialistas

Junho chegou, um mês importante para milhares de estudantes que se preparam para o Exame de Admissão à Universidade (PAU). Mas não são só eles: muitas outras pessoas também enfrentam o desafio de estudar, seja para concursos, certificações ou outros testes.

O EL PAÍS contatou oito especialistas em neurociência, memória, psicologia da aprendizagem e técnicas de estudo para descobrir quais truques ajudam você a estudar melhor.

Planeje seu estudo por escrito

José María Bea , memorizador de elite e fundador da Escola da Memória, aconselha fazer um plano escrito com pausas incluídas, "para nos forçar a segui-lo". O ideal é que o plano de estudos e o cronograma sejam adequados a cada disciplina, já que algumas exigem exercícios práticos e outras requerem resumos ou esquemas, como apontam a psicóloga Tania M. Mondéjar Palomares e o psicopedagogo Ángel Luis González Olivares, ambos do serviço de orientação e aconselhamento psicológico e psicopedagógico da Universidade de Castilla-La Mancha (UCLM).

Distribuir o estudo em várias sessões

Lauren E. Bates, professora assistente na Universidade de Pittsburgh e coautora de vários estudos sobre métodos para melhorar as habilidades de estudo, aconselha espaçar as sessões de estudo. Segundo ele, o espaçamento depende do tempo disponível para estudar: para provas de curta duração (uma ou duas semanas), é melhor revisar a cada dois ou quatro dias; Para períodos longos (dois ou três meses), uma ou duas semanas é o ideal.

Quantas horas estudar por dia

De acordo com Bea, não é tanto uma questão de número de horas, mas sim da qualidade da sessão e da consistência. “Quatro ou cinco horas de estudo podem fazer maravilhas se forem uma tarefa diária”, diz ele. Mesmo com duas ou três horas, você pode ver "resultados excelentes, especialmente se você for consistente nos estudos e se mantiver atualizado durante o curso".

Comece com o tópico mais fácil e estabeleça metas

Para superar a preguiça inicial de estudar, Bea sugere começar pela matéria mais fácil e estabelecer um pequeno ritual — como colocar uma música ou fazer café — para marcar o início dos estudos. Rodrigo Quian Quiroga , professor do Instituto Catalão de Pesquisa e Estudos Avançados (ICREA) e pesquisador do grupo de Percepção e Memória do Instituto de Pesquisa do Hospital del Mar, sugere estabelecer metas. Por exemplo, ter um prazo para concluir uma atividade e fazer uma pausa nos estudos. “Se eu sei que tenho uma partida de futebol em algumas horas, tento aproveitar ao máximo”, diz ele.

Não estude muitas informações de uma só vez.

Imagine que você tem duas sementes: uma que você rega diariamente com a quantidade certa de água, e a outra que recebe 10 litros de água de uma só vez. Qual delas crescerá melhor? Bea pergunta. A mente “funciona da mesma forma”. Saturá-lo com muita informação em um curto período de tempo “impede que ele processe os dados corretamente e, em vez de melhorá-los, os bloqueia”. Segundo o especialista, a memória imediata é muito eficaz para o raciocínio, mas ela só consegue lidar com poucas informações por vez: "Se dermos muita informação de uma vez, nós a 'sufocamos' como se fosse uma semente".

Não deixe tudo para a última hora

“Deixar tudo para a última hora pode ser eficaz a curto prazo, mas apenas se o material a ser estudado puder ser alcançado em apenas algumas horas”, afirma Héctor Ruiz Martín , diretor da Fundação Internacional de Ensino de Ciências, pesquisador em psicologia cognitiva da aprendizagem e autor dos livros Como Aprendemos? e conheça seu cérebro para aprender a aprender. Caso contrário, "o aprendizado se torna superficial e desestruturado, dificultando a recuperação durante o exame". Como explica Bates, alguém que estuda na noite anterior a uma prova pode sentir que conhece bem o material, mas “essa sensação de familiaridade com o conteúdo é diferente de ter conhecimento real dele”. Na psicologia cognitiva, isso é chamado de ilusão de fluência . Esta intensa manifestação de última hora “parece eficaz, mas não é”.

Colocando a informação em contexto

Quian acha útil contextualizar os eventos: “Nunca esquecerei que a Batalha de Chacabuco ocorreu em 1817, não porque eu tenha memorizado a data, mas porque sei que aconteceu um ano depois da Argentina declarar sua independência.” Isso não só torna mais fácil de lembrar, mas também permite que você entenda melhor as circunstâncias da batalha. Ferran Ballard , professor e diretor da The Brain School, também sugere questionamentos elaborativos: pergunte a si mesmo: por que isso é verdade? Ou como isso se relaciona com o que eu já sei? para conectar novos conteúdos com conhecimentos prévios e criar uma compreensão mais profunda.

Diagramas, mapas conceituais e cartões de memória

O estudo deve ser ativo e elaborativo, segundo Kepa Paz-Alonso, pesquisadora ikebasca e líder do grupo de pesquisa sobre controle da linguagem e da memória no Centro Basco de Cognição, Cérebro e Linguagem (BCBL) . Ele recomenda tomar notas, fazer esboços e usar a “recordação repetida”: estudar um tópico, fechar o material e tentar ativamente relembrar o que você aprendeu.

A maioria das comunidades autônomas começa os exames em 3 de junho, com exceção das Ilhas Canárias e da Catalunha.
A maioria das comunidades autônomas começa os exames em 3 de junho, com exceção das Ilhas Canárias e da Catalunha. JUAN BARBOSA

O especialista garante que repetir esse processo ajuda a consolidar melhor as informações e pode dobrar o que é lembrado a longo prazo. Por sua vez, Mondéjar e González recomendam o uso de mapas conceituais, resumos e flashcards, como aqueles que mostram uma pergunta de um lado e a resposta do outro, e que são revisados ​​em intervalos para facilitar a memorização.

Cartões de estudo

Ruiz recomenda aplicativos que permitem criar flashcards e fazer autoavaliações periódicas. “ Os flashcards contêm uma pergunta e sua resposta, e nos permitem testar a nós mesmos e verificar a resposta imediatamente”, explica ele. Elas também podem ser feitas com papelão, mas os aplicativos "organizam automaticamente as questões com base no nosso desempenho, facilitando a revisão daquelas com as quais estamos tendo dificuldade e organizando a prática espaçada, que é a maneira mais eficaz de aprender".

Transformando conceitos em imagens

“Nossos cérebros são visuais, então transformar conceitos em imagens mentais, diagramas ou pictogramas pode ser muito útil para memorização”, diz Ballard. Existem técnicas mnemônicas como o método dos loci, que consiste em imaginar uma rota por lugares familiares onde a informação é colocada mentalmente, ou a técnica da palavra-chave, que funciona associando cada número a uma palavra visual muito específica que é então ligada mentalmente ao conteúdo que você quer lembrar. Segundo Bates, esses métodos são especialmente eficazes para memorizar grandes quantidades de informação.

Faça pausas frequentes

Ao estudar, os especialistas consultados aconselham fazer pausas a cada 25 a 50 minutos. Isso ocorre porque a concentração diminui após aproximadamente 30 ou 40 minutos de estudo intenso, de acordo com Mondéjar e González. Alternar sessões de estudo com intervalos curtos de cinco a 10 minutos “melhora a atenção e a produtividade”. Ambos os especialistas também recomendam uma pausa maior a cada 90 minutos. Durante pequenos intervalos, Bea sugere caminhar, tomar um café, alongar-se ou ouvir música relaxante. Em vez disso, ele aconselha evitar "atividades que podem ficar inacabadas, como limpar a casa ou ler um livro, porque podemos continuar pensando nelas quando voltarmos a estudar, obtendo o efeito oposto ao desejado".

Desligue o celular e outras dicas para evitar distrações

Paz-Alonso recomenda ter um espaço de estudo regular, livre de distrações e sem o celular por perto — de preferência desligado e fora do quarto. Também sugere desligar o computador. Quian também sugere estudar em uma biblioteca ou um café, onde não haja distrações. O silêncio é o ideal, mas se isso não for possível, Ballard aconselha usar fones de ouvido com cancelamento de ruído ou ouvir música neutra, sem letra. Quanto às distrações internas — como pensamentos ou tarefas pendentes —, o especialista recomenda manter um pedaço de papel por perto para anotá-las, pois isso "permite que o cérebro as deixe de lado sem correr o risco de esquecê-las".

Um truque de memorizador de elite para melhorar a concentração

“A concentração é algo que todos devemos praticar, porque vivemos em um mundo cheio de estímulos e distrações, que reduziram significativamente nossa capacidade”, explica Bea. O especialista detalha um de seus exercícios favoritos. Consiste em sentar-se em frente a uma parede e fixar o olhar em um ponto, visualizando um “0” naquele lugar. Assim que você perceber que está pensando em outra coisa, você deve adicionar um a ela e visualizar um “1”, depois um “2”, um “3” e assim por diante. Bea explica que se você praticar esse exercício regularmente, poderá reduzir rapidamente o número de distrações, o que indica que sua capacidade de atenção está aumentando.

Pular o sono para estudar e outros erros

Um dos piores erros é dormir tarde e pular o sono para estudar. É o que Bea diz, explicando que a memória é severamente afetada e o conhecimento não é bem assimilado. Para ele, é essencial identificar quando estamos “cansados ​​e nossas mentes estão no limite”. “Às vezes vale a pena tirar um cochilo rápido para voltar a estudar com energia”, acrescenta. Também é um erro se forçar a estudar achando que você aprenderá apenas passando horas em frente ao livro. Como explica Quian, quando o cérebro está cansado, é mais eficaz limpar a mente com uma caminhada ou outra atividade do que continuar estudando.

Não sublinhe tudo nem memorize sem entender.

Entre os erros comuns, especialistas mencionam sublinhar o texto inteiro, copiar frases na íntegra ao resumir e simplesmente memorizar sem entender ou aplicar os conceitos. Para evitar ler e reler sem refletir, Bea sugere que você se pergunte o que leu depois de terminar uma seção e tente explicar em voz alta com suas próprias palavras. Bates também aconselha explicar o que você aprendeu para outra pessoa, porque "se for difícil de explicar, é um sinal de que você precisa revisar".

Durma entre sete e oito horas

“Um grande erro é ficar acordado a noite toda estudando antes de uma prova”, diz Quian, que explica que fazer isso não consolida as informações adequadamente. Os especialistas que consultamos recomendam dormir entre sete e oito horas e garantir um sono de qualidade, evitando cafeína e telas à tarde. Durante o sono profundo, ou sono REM, nosso cérebro armazena o que aprendeu durante o dia, de acordo com Bea: “Se não descansarmos o suficiente, teremos uma memória pior”.

Suplementos de memória

Não há evidências sólidas que sustentem a eficácia dos suplementos que melhoram a memória, e também há preocupações quanto à sua segurança, disse Bates. "Infelizmente, nenhum suplemento alimentar ou medicamento pode melhorar nossa memória, apesar do que algumas pessoas vendem e prometem", diz Ruiz. Paz-Alonso acrescenta que "em geral, manter uma dieta saudável e equilibrada garante que você obtenha as vitaminas e os minerais necessários para funcionar adequadamente".

Evite bebidas energéticas

Especialistas concordam sobre os riscos associados às bebidas energéticas. Mondéjar e González alertam que eles podem aumentar a ansiedade, dificultar o sono e afetar a saúde cardiovascular. Bates aconselha priorizar um bom descanso e habilidades de estudo em vez de depender apenas delas. Paz-Alonso esclarece: “Isso não significa que tomar um café pela manhã ou um refrigerante a qualquer hora seja negativo, mas o consumo excessivo não beneficia os estudos; apenas cria uma sensação momentânea de concentração com um custo posterior.”

A importância da hidratação

Para manter a energia durante longas sessões de estudo, os especialistas aconselham comer bem e manter-se hidratado com água. “A desidratação, mesmo leve, pode afetar significativamente a concentração e a memória”, diz Bea. O memorizador recomenda sempre ter uma garrafa de água à mão e beber pequenas quantidades com frequência durante os estudos.

Truques para controlar os nervos e a ansiedade

Para controlar a ansiedade dos testes, Quian recomenda treinar mentalmente em situações da vida real, assim como atletas profissionais fazem quando visualizam cenários de alta pressão para se preparar. Além de testar com um cronômetro e sem anotações, Ballard aconselha visualizar o sucesso e mudar seu diálogo interno (“Estou ficando nervoso” para “Estou me animando para ter um bom desempenho”). Enquanto Mondéjar e González recomendam não esperar pelos resultados e praticar esportes ou hobbies para relaxar, Bates aconselha exercícios aeróbicos, técnicas de meditação e relaxamento, apoio social e respiração profunda durante o exame.

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