Bjoern Seibert, o homem por trás dos bastidores que puxa os cordelinhos da União Europeia

Sobre um fundo azul pontilhado de estrelas, que lembra a bandeira da União Europeia (UE), surge uma figura de terno e gravata, cujo rosto é apenas parcialmente visível. Trata-se do "efeito mistério" desejado, pois esta silhueta, mal esboçada, é a de Bjoern Seibert, o homem que segura secretamente “o poder por trás do trono da Rainha Ursula von der Leyen”, de acordo com o Politico .

Esta semana, a edição de Bruxelas do veículo de comunicação americano dedica a capa de sua revista ao chefe de gabinete do presidente da Comissão. Um homem desconhecido do público em geral, mas que é "a pessoa a quem se deve ligar para resolver as coisas", afirma a publicação em inglês. Com 45 anos, casado, pai de dois filhos, alto e falando inglês perfeitamente, Seibert é uma figura discreta em Bruxelas, sugere o Politico em um perfil sobre ele . Mas não se engane, o alemão tem tudo sob controle.

“Seibert dirige a Comissão Europeia, uma instituição com 32.000 funcionários, como se fosse uma extensão do seu cérebro, monitorando tudo, desde postagens em redes sociais até nomeações de funcionários de nível médio”, alerta o veículo de comunicação sediado em Bruxelas. Braço direito leal de Ursula von der Leyen, Seibert conhecia a presidente da Comissão desde a época em que ela chefiou o Ministério da Defesa alemão.

Então, quando esta última foi nomeada para o cargo atual em 2019, ela levou Seibert consigo. Desde então, o homem tem acompanhado todos os processos. Segundo alguns, adiantando-os e, segundo outros, desacelerando a máquina por meio do desejo de centralizar tudo. Uma coisa é certa, porém: "o homem é incrivelmente influente ", explica Phil Gordon, assessor da ex-vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, entrevistado para este artigo. "Ninguém entende melhor como a UE funciona do que ele."

Hoje, enquanto vozes se levantam timidamente para criticar os poderes excessivos de Seibert dentro da UE, elas lutam para serem ouvidas. E por um bom motivo. "Dos 25 funcionários, diplomatas, parlamentares e especialistas da UE que contatamos para este artigo, apenas três concordaram em falar abertamente, e apenas um deles se permitiu ser crítico", relata o Politico . Para justificar seu desejo de permanecer anônimos, várias pessoas disseram temer represálias em suas vidas profissionais.

Não é de surpreender, vindo de alguém descrito como um "assassino silencioso" por um dos entrevistados que trabalha na Comissão. "Mas você nunca ouviu falar dele?", conclui o Politico . "É exatamente isso que ele quer."