A islamista europeísta

Dezasseis anos antes da criação da Comunidade Económica Europeia, o Grão Mufti de Jerusalém, Amin al-Husayni, reuniu-se com um chefe de Estado europeu para lhe apresentar um plano de colaboração entre a Europa e o Mundo Árabe. O Mufti pediu a Hitler uma declaração de apoio aos Árabes, que este recusou, sem contudo deixar de merecer a lisonja do Mufti, que agradeceu a Hitler «a simpatia que sempre mostrou pela causa Árabe e especialmente a Palestiniana». Do encontro nasceu um pacto. Hitler concordou pagar ao Mufti uma renda de 750 mil marcos por mês, para «fomentar jihad na Palestina».
Fluíam fundos e simpatia da Europa para o Médio-Oriente, em 1941. Era cooperação estratégica, baseada numa comunhão de objectivos. Com grande admiração, os chefes religiosos muçulmanos cobiçavam uma função no aparelho Nazi, e, por isso, ajudaram a recrutar 20 mil voluntários muçulmanos para as SS (como mais tarde fariam pelo Hamas). Poucos anos antes, semelhante aliança teria sido inimaginável. Hitler desprezava os Árabes. Mas os fins justificavam a parceria, que teve algum proveito, em especial para o Mufti, que, ao contrário de Hitler, conseguiu que o seu movimento sobrevivesse politicamente.
Dia 1 de Junho de 2025, parte de Itália, com destino à Faixa de Gaza, um soberbo veleiro azul, carregado de favor e comida. A bordo vai o prodígio climático, fabricado pela União Europeia, acompanhado por Rima Hassan, deputada francesa do Parlamento europeu. Juntas, vão numa missão de relações públicas.
Hassan nasceu na Síria e naturalizou-se em 2010. Foi eleita em 2024 numa lista ecologista, ao lado de comunistas e de um rapper de origem argelina. Islamista, Hassan não acredita em fronteiras nem em soberania, por isso dirige a União Europeia. A sua política é mono-temática: guerra em Israel. Desconhece os países que governa, ignora a história da região e jamais perdeu um instante a pensar como melhorar a vida dos Europeus. As competências da União Europeia são para ela totalmente subservientes à sua ambição islamista, que aliás nunca escondeu: conquistar as instituições e instaurar o califado. Foi eleita pelos Árabes para os Árabes, com mandato para cobrar à Europa o que deve aos muçulmanos.
A máquina por de trás de Hassan trabalha dia e noite para camuflar o seu pensamento radical. A legisladora relaciona-se com os seus seguidores nas redes sociais com um discurso de emoções e chavões, e embarca em manobras desenhadas para a comunicação social. Mas, apesar de todo o entusiasmo, nunca fez nada pelo bem-estar das pessoas que é suposto servir: Hassam vende apenas generalidades e sentimentos.
Conforme os preceitos da «ecologia planetar», Hassam recicla. Adoptou a causa climática, em decadência, para lhe renovar o vigor, afectando-a à mais recente indignação. Ninguém acredita que alguma vez a deputada se tenha preocupado com o clima, ou com a Ciência. Aceitar o pacote de ortodoxias é o que lhe permitirá ligar o seu islamismo à política europeia, torná-lo normal e realizá-lo.
O verdadeiro aparelho opressor, o da globalização, da «sustentabilidade» e da ideologia identitária é poderosíssimo. Com pressa, denuncia o fascismo. Mas a bandeira LGBT, que ergue ao lado da sua, é composta apenas por faixas, faixas representativas, faixas normativas e rectilíneas. Quer seja em relação ao clima, à empresa ou à cultura das nações da Europa, a União Europeia tolera apenas uma opinião. Diz que não é uma questão política mas antes de uma questão de valores (supra-políticos): a Europa sou eu. Nem na Idade Média, dictava o rei os valores à população, esses pertencem ao plano dos deuses. Colocando-se ao nível do Dever natural, a União Europeia jura a sua inspiração divina. Exactamente o que convém aos islamistas e a todos os outros com uma visão una do homem.
Com Hassam no poder, a União Europeia ofereceu €3 mil milhões à Autoridade Palestiniana. Mais uma vez, é cooperação estratégica. Um feito que terá contribuído para o louvor de Hassam em páginas neo-nazis na internet. Luís Montenegro fez a sua parte, e proibiu a venda de armas a Israel por fabricantes portugueses. Ajudar os terroristas a matar Judeus é uma questão de valores, e a factura é enviada ao cidadão trabalhador, que paga em espécie e em impostos. O mundo ri-se da Europa.
A União Europeia falhou no seu propósito. A sua política de imigração está a permitir que seja tomada por islamo-nazis que, ao contrário dos antissemitas, detestam não só os judeus, mas todos aqueles que rejeitam o islamismo. Operam a distinção através do termo «sionista». O ataque terrorista do dia 1 de Junho, nos Estados Unidos, ilustra-o. Mohamed Sabry Soliman, um «imigrante» egípcio presente ilegalmente no território e condutor de uber, tentou matar, não judeus, mas pessoas que tomavam partido sobre uma guerra. Queria mutilar sionistas. O busílis é a democracia, tal como ela se apresenta aos olhos de um antissemita. As vítimas do seu lança-chamas caseiro e cocktails molotov foram as pessoas de uma opinião específica, foi esse o critério, mais do que o facto de se ser ou não Judeu. Tudo isto ocorria enquanto a Greta mandava içar as velas do seu veleiro. Karen Diamond, de 82 anos, sucumbiu segunda-feira, dia 30 de Junho, aos ferimentos sofridos neste ataque. Diamond foi alvo de um ataque contra todos os Judeus, todos os Americanos e todos os Europeus, pois os islamistas querem eliminar a liberdade e aqueles que a defendem: motivo pelo qual foram repetidamente expulsos da Europa em séculos passados.
Mas não tem de ser assim. Os Europeus não têm de ser governados por islamo-nazis, nem têm de pedir autorização para opinar. A degradação dos costumes não está programada. E a Europa não foi condenada à pobreza e a estar à mercê da China, da Rússia, da Turquia ou de quem quer que seja.
Está na hora de a Europa recuperar o seu papel de protagonista do universo, devendo para isso libertar-se dos novos aristocratas. Nações soberanas plurais e povos livres construíram o mundo. O novo rei sem domínio não passa disso mesmo, um rei sem domínio. Passado o luto, a sua morte revelar-se-á uma bênção para a era de paz e prosperidade entre as nações. A cabal pacifista trouxe guerra. O «mercado único» trocou o trabalhador europeu pelo consumidor homogéneo, dependente do producto estrangeiro. E o culto ecologista-identitário procura a extinção da humanidade. Quer matar o homem racional e justo, capaz de impor a sua determinação à natureza e ao mal. Chegou o momento de sonhar com o amanhã.
observador