Portugal precisa de coragem para agir!

Recentemente, o Terminal de Cruzeiros de Leixões e a Exponor foram palco de dois eventos que debateram temas centrais no contexto atual e futuro da economia nacional e das empresas em particular.
No Terminal de Cruzeiros, um lugar onde terra e mar se encontram, onde o espaço se abre ao global, realizou-se a conferência que materializou a segunda edição do projeto Portugal Export +60’30, que define como objetivo para o país: alcançar até 2030 um peso das exportações no PIB de, pelo menos, 60%. É uma meta exigente, perante um contexto extremamente volátil, incerto e com elevados riscos, onde se destaca a fragmentação do comércio internacional, com ondas de protecionismo que impactam negativamente nas cadeias de abastecimento globais, na atividade económica e, consequentemente, na procura externa dirigida à nossa economia. Embora o peso ainda dominante da União Europeia, enquanto mercado de destino das exportações portuguesas, poderá ter algum um efeito atenuante, é preciso prosseguir o reforço da diversificação de mercados, para destinos com maior dinamismo e, desejavelmente, de maior dimensão.
Por tudo isto, 60% do PIB em exportações é uma meta essencial, que exige mobilização coletiva, visão estratégica, determinação, resiliência e coragem para agir. Há a vantagem de Portugal ser, hoje, uma economia mais aberta, com empresas que inovam, se reinventam e com um capital de confiança que constroem diariamente.
A Exponor acolheu a 18.ª edição do QSP Summit, alusiva ao tema “The New Strategic Drivers”. Não podia ser mais atual, nem mais relevante, tendo em conta que vivemos tempos em que os modelos tradicionais de gestão e desenvolvimento já não respondem, por si só, à complexidade dos desafios que enfrentamos. A transformação tecnológica, a sustentabilidade, a geopolítica, a escassez de talento, a inteligência artificial, as novas exigências dos consumidores são apenas alguns dos novos motores estratégicos que obrigam as empresas, as instituições e os países a repensar as suas prioridades, as suas formas de competir e, sobretudo, as suas formas de criar valor. Portugal não está à margem desta realidade. E ainda bem. Porque é precisamente neste contexto que temos a oportunidade de afirmar a nossa capacidade de adaptação, o nosso talento e a nossa visão estratégica.
Tal como já o demonstraram noutras ocasiões, estou convicto de que os nossos empresários, mais uma vez, terão a capacidade de fazer acontecer, encontrar, em cada momento, as soluções adequadas para enfrentarem, com sucesso, os enormes desafios. Agilidade, foco e resiliência são fatores fundamentais. Não foi por acaso que estas três caraterísticas, “skills”, foram amplamente referidas por diferentes speakers ao longo da 18.ª edição do QSP!
observador