Ponto de erupção oculto encontrado perto do maior vulcão de Vênus, Theia Mons

Conforme relatado ao MK pelo Ministério da Educação e Ciência da Rússia, planetologistas do GEOKHI estudaram a história geológica de Theia Mons com colegas da Universidade Estadual de Tomsk como parte do Grupo Internacional de Pesquisa de Vênus (IVRG).
Theia Mons é o principal centro vulcânico da região Beta em Vênus, com material vulcânico cobrindo uma área de cerca de 530.000 quilômetros quadrados. O vulcão tem 226 quilômetros de diâmetro, com um pico de cerca de 6 quilômetros (acima da média planetária). Seu nome é uma homenagem a Theia, uma titã da mitologia grega.
Referência MK: A região Beta faz parte do triângulo Beta-Atla-Themis, a região com a atividade geológica mais recente em Vênus. Os cientistas acreditam que esta região é promissora para pesquisas espaciais, pois existem muitos vulcões e centros magmáticos ali.
Cientistas mapearam o vulcão e seus arredores usando dados de estudos da superfície de Vênus pela missão Magellan da NASA, realizados entre 1989 e 1994. Sua escala era de 1:500.000, 10 vezes mais precisa do que o mapa anterior feito por cientistas americanos.
Planetologistas conseguiram localizar e mapear 88 fluxos de lava e cerca de 10.000 grabens (trincheiras), além de identificar um antigo centro de erupção vulcânica.
– Danil, diga-me, o que mais há de atraente no vulcão Teia Mons, além do seu tamanho? – pergunto a Danil Malyshev, pesquisador júnior do Laboratório de Planetologia Comparativa do Instituto de Geoquímica e Análise da Academia Russa de Ciências.
– É possível que o vulcão esteja ativo e possa ser uma fonte de lava jovem. Se conseguíssemos pousar nossa futura missão a Vênus em uma de suas encostas, teríamos em mãos não apenas material jovem da superfície de Vênus, mas também material mais antigo de suas profundezas.
– O que faz os cientistas pensarem que esse vulcão está ativo?
Infelizmente, até agora, temos apenas evidências indiretas disso. Há pouco tempo, foi realizada a missão europeia "Venus Express": o veículo fotografou Vênus na faixa infravermelha e detectou um aumento na intensidade da radiação em alguns pontos. Isso pode indicar que, talvez, onde "viu" isso, haja lava jovem. E, em geral, a área onde o vulcão Teia Mons está localizado é rica em estruturas vulcânicas; essa região deve revelar muitas coisas interessantes sobre a evolução do planeta.
– Por que você usou as fotografias de Magalhães, já que provavelmente havia outras?
– Até agora, as imagens da missão Magellan da década de 1990 são os melhores dados sobre a superfície de Vênus. Nenhum outro telescópio foi enviado da Terra para fotografar a superfície de Vênus. O mapa anterior, feito com base neles, não se concentrava na história de um vulcão específico – era mais sobre sua localização. Decidimos nos concentrar na evolução do próprio vulcão, na história de sua formação, para descobrir quantas vezes ele entrou em erupção e se possui chaminés ocultas.
- Você encontrou uma saída de ar adicional?
- Sim, antes do nosso estudo, sabíamos da existência de uma fonte de erupção de lava. Agora, surgiram novos dados que indicam que talvez tenha havido uma segunda fonte de erupção de lava. Talvez ela tenha migrado com o tempo e agora esteja localizada a uma distância de 200 quilômetros a nordeste da fonte atual. Descobrimos isso por meio de fluxos de lava ocultos sob fluxos mais recentes, por falhas na crosta e diques (fendas por onde a lava fluiu).
– Em que faixa a superfície de Vênus foi fotografada?
- Na faixa de rádio. A atmosfera de Vênus é muito densa, e apenas ondas de rádio longas conseguem penetrá-la.
– Se for tomada a decisão de pousar a sonda Venera-D na área deste vulcão, onde exatamente, na sua opinião, seria melhor fazer isso?
- É claro que quanto mais perto da cratera, melhor, mas, devido à falta de áreas planas, será difícil fazê-lo. É possível que se decida pousar o aparelho em uma encosta mais suave ou bem na base.
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