Fiscalizador do Departamento do Trabalho inicia investigação sobre o Bureau of Labor Statistics
O órgão de fiscalização interna do Departamento do Trabalho está iniciando uma revisão da abordagem do Bureau of Labor Statistics (BLS) para coletar e relatar dados econômicos.
Laura Nicolosi, inspetora-geral assistente de auditoria do Gabinete do Inspetor-Geral do Departamento do Trabalho, disse em uma carta de 10 de setembro ao comissário interino do BLS, William Wiatrowski, que o órgão de fiscalização examinará como o departamento de estatísticas compila e relata dados mensais de inflação e empregos.
Na carta, Nicolosi destacou que o Departamento do Trabalho anunciou recentemente grandes revisões para baixo em suas estimativas anteriores de aumento da folha de pagamento. O BLS divulgou dados na terça-feira mostrando que o mercado de trabalho dos EUA criou mais de 900.000 empregos a menos no período de 12 meses encerrado em março de 2025 do que o relatado anteriormente.
O BLS produz seu relatório mensal de emprego por meio de pesquisas separadas com famílias e empresas. O Departamento do Trabalho também utiliza outras medidas para avaliar o desempenho do mercado de trabalho, incluindo os pedidos de seguro-desemprego estaduais. O Departamento do Trabalho frequentemente emite revisões nos números de meses anteriores, à medida que dados mais completos ou precisos são coletados ao longo do tempo.
A revisão interna dos métodos do BLS também examinará como ele coleta, reporta e revisa os dados usados em dois indicadores de inflação monitorados de perto — o Índice de Preços ao Produtor (IPP) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), disse Nicolosi. Dados recentes mostram que a inflação nos EUA aumentou este ano.
No mês passado, o presidente Trump demitiu a então comissária do BLS, Erika McEntarfer, e a acusou de parcialidade política depois que o relatório de emprego de julho do Departamento do Trabalho mostrou um crescimento inesperadamente fraco do emprego e revisou para baixo os ganhos na folha de pagamento dos dois meses anteriores.
"Ordenei à minha equipe que demita esta indicada política de Biden, IMEDIATAMENTE. Ela será substituída por alguém muito mais competente e qualificado. Números importantes como esses devem ser justos e precisos; não podem ser manipulados para fins políticos", escreveu o presidente em uma publicação de 1º de agosto nas redes sociais.
A Casa Branca direcionou perguntas sobre a investigação ao Departamento do Trabalho, que não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O gabinete de Nicolosi e o BLS também não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
McEntarfer defendeu os esforços de coleta de dados do BLS. Em uma publicação nas redes sociais na terça-feira, ela disse que o departamento está repleto de "estatísticos e servidores públicos dedicados, trabalhando incansavelmente para aprimorar os dados econômicos em um cenário de cortes orçamentários na coleta de dados".
A decisão do Sr. Trump de destituir McEntarfer e questionar a precisão dos dados trabalhistas federais gerou preocupação entre economistas e formuladores de políticas.
"Se a confiança nas estatísticas oficiais for perdida, os mercados financeiros e a economia dos EUA poderão enfrentar consequências graves: maior volatilidade, redução do investimento empresarial, custos de empréstimos mais altos e crescimento mais lento", afirmou a Associação Nacional de Economistas Empresariais em um comunicado esta semana, expressando apoio ao BLS. "As consequências se espalhariam para as famílias, empresas e mercados globais."
Mary Cunningham é repórter da CBS MoneyWatch. Antes de ingressar na área de negócios e finanças, trabalhou no "60 Minutes", no CBSNews.com e no CBS News 24/7 como parte do Programa de Associados da CBS News.
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