O rebaixamento da classificação de crédito dos EUA perturba os mercados


Foi há apenas alguns dias que os mercados reagiram positivamente à crescente flexibilização da disputa comercial. O anúncio de que os EUA e a China estão se aproximando em termos de tarifas trouxe alívio na semana passada.
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No início da semana, o clima piorou novamente. Um motivo para a incerteza é a notícia na noite de sexta-feira de que a agência de classificação Moody's retirou a classificação máxima dos EUA, Aaa, e reavaliou a capacidade de crédito do país em Aa1.
Nenhuma melhora à vistaA Moody's seguiu as outras duas grandes agências, Standard & Poor's e Fitch, que já haviam feito esse rebaixamento anteriormente. As agências de classificação justificam as classificações mais baixas com a alta dívida nacional. A Moody's não prevê que os gastos e o déficit do governo dos EUA diminuirão no futuro próximo.
Esta avaliação não foi bem recebida na Casa Branca. O diretor de comunicações Steven Cheung descreveu o economista da Moody's Mark Zandi como um oponente político do presidente Donald Trump. E de qualquer forma: ninguém leva suas análises a sério.
Contudo, pelo menos nos mercados financeiros, esse parece ser o caso. Embora o rebaixamento não tenha surgido do nada, é provável que reforce as preocupações gerais dos investidores sobre a estabilidade fiscal dos Estados Unidos.
O rendimento dos títulos do governo de 30 anos ultrapassou a marca de 5% — um nível atingido pela última vez em 2023. Isso reflete o ceticismo no mercado de títulos de que o governo Trump conseguirá controlar o orçamento a longo prazo.
Isso também foi reforçado pelos planos do governo de fazer mais cortes de impostos – sem aumentar as receitas de forma correspondente.
A revolta dos mercados de títulos com o aumento das taxas de juros foi a razão pela qual Trump suspendeu as tarifas punitivas. Mas, como está se tornando claro agora, o degelo na disputa comercial não é suficiente para empurrar as taxas de juros de volta ao nível em que estavam antes da escalada tarifária.
Segundo a Bloomberg, o volume de títulos públicos em circulação se multiplicou de US$ 4,5 trilhões para quase US$ 30 trilhões desde 2007.
O desenvolvimento de títulos, por sua vez, significa que as ações americanas estão se tornando menos atraentes em comparação. O índice S&P também estava no vermelho antes do início das negociações.
O dólar enfraqueceu em relação ao euro, ao franco e a outras moedas.
A culpa é dos outrosNa Europa, os vários índices líderes também se moveram ligeiramente para território negativo na manhã de segunda-feira, depois que os mercados de ações asiáticos já haviam enfraquecido.
Observadores já haviam apontado que a disputa tarifária estava longe de ser resolvida e que a recuperação do mercado de ações provavelmente teria duração limitada. Porque nada mudou em relação à imprevisibilidade do governo Trump.
O Ministro das Finanças, Scott Bessent, tentou no fim de semana transferir a responsabilidade pela alta dívida nacional para o governo anterior. O fato é, no entanto, que a Moody's atribui explicitamente o rebaixamento à administração atual — e sua incapacidade de controlar o problema em um futuro próximo.
Pelo menos a agência de classificação avalia a perspectiva para os EUA como estável. Ela justifica dizendo que o país tem um banco central independente, apesar das incertezas políticas. A separação de poderes no país também é por vezes “posta à prova”, mas não corre perigo. Isso certamente pode ser visto como um aviso ao governo Trump para não influenciar o Federal Reserve.
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