Política ambiental | Dedo do meio para o Tribunal da ONU
Faz parte da estratégia pérfida de Donald Trump assumir a liderança de agências-chave para poder simplesmente governar sem passar pelo Congresso. Isso também se aplica à influente Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA): seu recém-nomeado chefe, Lee Zeldin, anunciou que retirará sua determinação de que os gases de efeito estufa representam uma ameaça à saúde pública. Ao mesmo tempo, ele elogiou seu plano como a "maior medida de desregulamentação da história dos Estados Unidos" e uma "facada no coração da religião das mudanças climáticas".
De fato, essa medida terá consequências enormes: a avaliação de risco, feita durante o governo Obama com base científica e seguindo uma decisão da Suprema Corte, constitui a base para os limites nacionais de emissões para a indústria, usinas de energia e automóveis. Se esses limites forem derrubados, tudo dependerá da boa vontade de cada estado.
Não é por acaso que o anúncio da agência ocorre poucos dias após a Corte Internacional de Justiça, em Haia, emitir seu parecer, obrigando os Estados a adotar medidas ambiciosas de proteção climática. Embora a iniciativa de Zeldin seja voltada para o interior, as emissões, como todos sabemos, não se limitam às fronteiras nacionais. Acima de tudo, porém, deixa claro o que o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo pensa sobre as regulamentações internacionais, tanto em termos de substância quanto de direito internacional. O governo Trump está mostrando o dedo do meio — para a Corte Internacional de Justiça e para a comunidade global como um todo.
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