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Influenciadores: o quinto poder

Influenciadores: o quinto poder

Desde que os serviços de radiodifusão começaram a se espalhar no México, na primeira metade do século passado, a mídia se tornou um dos fatores reais de poder mais significativos, remetendo ao conceito definido por Ferdinand Lasalle em 1862. A influência que a mídia teve desde então na direção política, econômica e social dos estados foi tão decisiva que ela tem sido frequentemente chamada de "o quarto poder", o que lhe confere a mesma importância que os poderes executivo, legislativo e judiciário do governo.

Agora, com o uso generalizado da internet e a proliferação das mídias sociais, os chamados influenciadores abriram um novo espaço a partir do qual têm o poder de contribuir e até mesmo moldar o debate público. Embora seja verdade que os influenciadores, assim como os veículos de mídia tradicionais, são responsáveis ​​por gerar e disseminar informações em larga escala, os números diferem em aspectos básicos.

Os veículos de comunicação são rigorosamente regulamentados, o que facilita sua identificação pública e a atribuição de responsabilidades em caso de falhas. Esses veículos são geralmente pessoas jurídicas, detentoras de licenças que podem ser facilmente monitoradas ou sancionadas pelo Estado, ou processadas por indivíduos que acreditem que seus direitos foram violados. Essa "visibilidade" também incentiva os veículos de comunicação tradicionais a investir mais recursos no exercício profissional de suas atividades jornalísticas, independentemente do perfil e da credibilidade que cada um constrói junto ao seu público.

Influenciadores são geralmente indivíduos, sujeitos à lei apenas na mesma medida que cidadãos comuns. Embora possam, por vezes, ser fisicamente identificados, um véu de "anonimato" os protege de certa forma, já que ações judiciais contra eles exigem o conhecimento de suas informações pessoais, como endereços e nomes completos. Além disso, é improvável que influenciadores invistam os mesmos recursos que os veículos de mídia tradicionais em infraestrutura para o desenvolvimento e a produção de suas matérias, e muitas vezes não têm formação em jornalismo.

Apesar disso, o poder e o impacto que os influenciadores exercem sobre a opinião pública são inegáveis, reconhecidos por anunciantes e empresas, bem como por partidos políticos e autoridades. Uma consequência são as diversas tentativas de regulamentação de sua atividade. É o caso da iniciativa de criação da "Plataforma de Monitoramento de Conteúdo de Influenciadores em Plataformas Digitais", que será retomada pelo Morena no Congresso da Cidade do México, conforme relatado no último domingo pela deputada Leonor Gómez Otegui.

Por mais tentadora que seja a possibilidade de regulamentar influenciadores, qualquer legislação aprovada terá que considerar diversos aspectos que podem dificultar sua implementação. Por um lado, deve-se levar em conta que muitos dos problemas que ela busca abordar já têm soluções previstas em regulamentações sobre outras matérias, como discurso de ódio ou invasão de direitos de terceiros à honra e à privacidade.

Também é importante considerar a jurisdição das autoridades que emitirão os regulamentos e seu escopo territorial de aplicação. Além disso, a jurisdição do Congresso local para legislar sobre o assunto precisaria ser revista.

Por outro lado, o véu de "anonimato" imposto aos influenciadores sem dúvida dificultaria sua aplicação. Gómez Otegui afirmou que incluiria agências de influência como entidades regulamentadas; no entanto, essa medida também poderia ser facilmente burlada por influenciadores independentes. A regulamentação de operadores de mídias sociais provavelmente seria ineficaz se eles não residissem no México.

Eleconomista

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