Muito fraco em IA: O grupo de tecnologia Apple continua a ficar para trás no favor dos investidores


Laure Andrillon / Reuters
"F1", o mais novo filme da Apple Studios, está em cartaz nos cinemas suíços de língua alemã desde quinta-feira. Os espectadores da Alemanha e da Suíça francófona puderam assistir ao filme sobre o mundo do automobilismo, estrelado por Brad Pitt, pela primeira vez na quarta-feira.
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Embora o filme ofereça bastante ação, os acionistas da Apple se consideraram sortudos pelo fato de a gigante americana da tecnologia estar se movendo em um ritmo tão rápido em seu negócio principal. No entanto, a receita da empresa, conhecida principalmente pelo iPhone, está crescendo apenas timidamente. Analistas esperam que a receita aumente 4%, para quase US$ 400 bilhões, no atual ano fiscal, que termina em 30 de setembro.
Nvidia e Microsoft valem maisNo dinâmico setor de tecnologia, empresas com crescimento de receita de apenas um dígito rapidamente caem em desgraça. Mesmo um colosso como a Apple não está imune. Desde o início do ano, a capitalização de mercado da empresa que já foi a mais valiosa do mundo despencou quase 20%, para US$ 3 trilhões.
O mercado, no entanto, espera que concorrentes como Microsoft, Meta e Nvidia alcancem um crescimento de dois dígitos em 2025. As ações dessas empresas continuam com forte demanda. O valor de mercado da Nvidia, empresa de design de chips, por exemplo, subiu 15% desde o início do ano, e o da gigante do software Microsoft, 18%. Isso levou as duas empresas ao terceiro lugar na lista das empresas com maior capitalização de mercado.
As ações da especialista em mídias sociais Meta também brilharam, subindo 24% no acumulado do ano. O índice Nasdaq 100 também teve um desempenho significativamente melhor que o da Apple.
O iPhone mais vendido não é mais suficienteDurante anos, a Apple foi considerada um sucesso garantido no mercado de ações. A partir de 2013, o preço de suas ações apresentou uma tendência quase exclusivamente ascendente. Quem comprou as ações por menos de US$ 20 por ação naquela época viu seu retorno do investimento multiplicar-se por dez, mesmo no patamar atual de pouco menos de US$ 200.
A empresa sediada em Cupertino, Califórnia, beneficiou-se principalmente do crescente sucesso de vendas do iPhone. A Apple agora tem 1,5 bilhão de usuários em todo o mundo.
Com uma base de clientes tão grande, a Apple deve continuar a fazer negócios estelares. Analistas da corretora americana Morgan Stanley também apontam que a Apple se beneficia de 30 milhões de parceiros em todo o mundo que desenvolvem aplicativos e outros recursos para o ecossistema da empresa. A Apple também não está com falta de dinheiro. Seus ativos líquidos ultrapassam US$ 130 bilhões.
O principal problema da empresa é o atraso que ela tem experimentado nos últimos anos em inteligência artificial (IA). "O progresso da Apple em IA está atrás de todos os atuais vencedores dessa tecnologia", é o veredito direto de observadores de mercado do Morgan Stanley.
Siri não consegue fazer IAA falta de confiança que a Apple desfruta atualmente no tópico mais importante do setor de tecnologia também se reflete nas recomendações de compra dos analistas. Apesar da avaliação deprimida, apenas 60% dos observadores de mercado listados no banco de dados da Bloomberg recomendam a compra de ações da Apple. Para Microsoft, Nvidia e Meta, a proporção de recomendações de compra é de pouco menos de 90% cada.
Segundo observadores do mercado, a principal prioridade da Apple é aprimorar sua assistente de voz, a Siri. Infelizmente, para muitos usuários do iPhone, ela ainda carece de IA . No entanto, enquanto a Apple não oferecer uma assistente que possa ser monetizada graças aos recursos superiores de IA, a confiança dos investidores não retornará, acreditam analistas do Morgan Stanley.
Comprar Perplexity não seria uma pechinchaApesar de sua vasta rede interna e externa de desenvolvedores, crescem as dúvidas sobre se a empresa conseguirá alcançar seus concorrentes sem uma aquisição. A Bloomberg noticiou há uma semana, citando fontes bem informadas, que a Apple estava conduzindo discussões internas sobre uma oferta de aquisição da startup Perplexity AI. A Perplexity conseguiu se consolidar como uma das empresas líderes no altamente competitivo mercado de IA.
A empresa de capital fechado, com sede em São Francisco, emprega apenas cerca de 250 pessoas, o que a torna uma anã em comparação com a gigante Apple, com seus 150.000 funcionários. No entanto, a empresa já foi avaliada em US$ 14 bilhões em uma rodada de financiamento recente. É provável que force os licitantes a pagarem prêmios significativos, caso seja colocada à venda.
Com a ajuda da Perplexity, a Apple poderia superar outro problema. A gigante da tecnologia corre o risco de ter que abrir mão do mecanismo de busca do Google, atualmente ativado automaticamente, no iPhone. Essa aliança, que gera aproximadamente US$ 20 bilhões anuais em taxas para a Apple, vindas dos cofres da Alphabet, empresa controladora do Google, há muito tempo é um problema para os órgãos de defesa da concorrência. O mecanismo de busca da Perplexity, que a própria startup apregoa como uma "ferramenta multifuncional baseada em IA para descoberta de informações e curiosidade", seria uma alternativa ao mecanismo de busca do Google.
No entanto, nem todos os observadores do mercado têm certeza se a Apple fará uma oferta de aquisição da Perplexity. Céticos como o colunista da Bloomberg, Dave Lee, apontam que a aquisição mais cara da empresa já custou US$ 3 bilhões. A Apple é conhecida por preferir desenvolver as coisas internamente, mesmo que isso leve tempo.
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